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EUA impõem novas tarifas a 57 países; China é a mais afetada, com taxação de 104%

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 9 de abr.
  • 3 min de leitura

Entrou em vigor às 1h01 (horário de Brasília) desta quarta-feira (9) a nova rodada de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos importados de 57 países. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump na semana passada, atinge tanto aliados históricos quanto adversários comerciais e é apresentada pela Casa Branca como uma estratégia para atrair investimentos privados e estimular a criação de empregos no território americano.


A primeira fase do chamado “tarifaço” entrou em vigor no sábado (5), com a imposição de uma taxa base de 10% sobre as importações de dezenas de países, incluindo o Brasil. Já a segunda etapa, que passa a valer nesta quarta, aumenta significativamente as tarifas para os países que já estavam sujeitos a alíquotas superiores a 11%.


A China é o país mais afetado, com uma tarifa acumulada de 104%, resultado da soma de medidas anteriores com o novo pacote anunciado por Trump. A resposta de Pequim foi rápida: o governo chinês impôs tarifas gerais de 34% sobre produtos norte-americanos, aplicou restrições à exportação de terras raras e adicionou 11 empresas dos EUA à sua lista de “entidades não confiáveis”. “Lutaremos até o fim”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian.


Outros países também sofreram aumentos significativos nas tarifas. As importações do Vietnã terão tarifa de 46%, enquanto Japão e União Europeia enfrentam barreiras de 24% e 20%, respectivamente. Apesar de não entrarem na nova rodada, Canadá e México continuam sujeitos a uma tarifa de 25% em razão da crise do fentanil e de questões ligadas ao acordo USMCA.


Segundo a Casa Branca, o cálculo para definir os valores foi feito dividindo o déficit comercial dos Estados Unidos pelas exportações dos respectivos países e, depois, dividindo esse valor pela metade.


Veja abaixo a lista completa dos 57 países afetados pelas novas tarifas e os percentuais definidos:

África do Sul – 30%

Angola – 32%

Argélia – 30%

Bangladesh – 37%

Bósnia e Herzegovina – 35%

Botsuana – 37%

Brunei – 24%

Camarões – 11%

Camboja – 49%

Cazaquistão – 27%

Chade – 13%

China – 104%

Coreia do Sul – 25%

Costa do Marfim – 21%

Fiji – 32%

Filipinas – 17%

Guiana – 38%

Guiné Equatorial – 13%

Ilhas Falkland – 41%

Índia – 26%

Indonésia – 32%

Iraque – 39%

Israel – 17%

Japão – 24%

Jordânia – 20%

Laos – 48%

Lesotho – 50%

Líbia – 31%

Liechtenstein – 37%

Macedônia do Norte – 33%

Madagascar – 47%

Malásia – 24%

Malawi – 17%

Maurício – 40%

Moçambique – 16%

Moldávia – 31%

Myanmar (Birmânia) – 44%

Namíbia – 21%

Nauru – 30%

Nicarágua – 18%

Nigéria – 14%

Noruega – 15%

Paquistão – 29%

República Democrática do Congo – 11%

Sérvia – 37%

Síria – 41%

Sri Lanka – 44%

Suíça – 31%

Tailândia – 36%

Taiwan – 32%

Tunísia – 28%

União Europeia – 20%

Vanuatu – 22%

Venezuela – 15%

Vietnã – 46%

Zâmbia – 17%

Zimbábue – 18%


Na véspera da entrada em vigor da nova medida, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que cerca de 70 países já procuraram Washington para iniciar negociações com o objetivo de minimizar os efeitos do tarifaço.


A União Europeia apresentou um conjunto de contramedidas, mas em tom moderado: retirou o bourbon da lista de produtos retaliatórios e propôs um pacto de “tarifas zero para ambos os lados”. Já o Vietnã, que se beneficiou da realocação de cadeias produtivas durante a primeira guerra comercial entre EUA e China, anunciou na sexta-feira (4) que iniciará tratativas para evitar maiores perdas.


A nova política tarifária de Trump reacende temores sobre uma escalada protecionista global. Embora o presidente norte-americano defenda que os aumentos são essenciais para equilibrar a balança comercial e proteger a indústria nacional, especialistas alertam para os impactos negativos nas cadeias de suprimentos, no comércio internacional e na inflação doméstica.


O cenário, agora, é de incerteza: países atingidos se dividem entre o confronto e a diplomacia, enquanto o mundo observa os desdobramentos dessa nova guerra comercial que, ao que tudo indica, está apenas começando.


 
 
 

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