EUA mobilizam mais de 700 fuzileiros em Los Angeles em meio a protestos contra política migratória
- Marcus Modesto
- há 5 dias
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Mais de 700 fuzileiros navais foram mobilizados para atuar em Los Angeles, em resposta aos protestos crescentes contra as operações de imigração conduzidas pelo governo federal dos Estados Unidos. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (9) por fontes militares à CNN Brasil.
A movimentação marca uma escalada sem precedentes no uso de forças armadas em solo nacional para conter manifestações civis. Os fuzileiros fazem parte do Centro de Combate Aéreo Terrestre do Corpo de Fuzileiros Navais da Califórnia e se somam às tropas da Guarda Nacional, já enviadas à cidade no fim de semana por ordem direta do presidente Donald Trump — decisão tomada sem o aval do governador da Califórnia ou da prefeita de Los Angeles.
A presença dos militares aumenta a tensão em um ambiente já polarizado. A atuação das forças federais, especialmente sem a invocação formal da Lei da Insurreição, levanta questionamentos jurídicos e políticos sobre os limites constitucionais do uso do poder militar em ações internas.
Segundo autoridades do Comando Norte dos EUA, cerca de 500 fuzileiros estavam prontos para ação até domingo (8). No entanto, uma nova atualização confirmou que todo o batalhão foi mobilizado. A missão oficial ainda não está completamente definida, mas espera-se que os militares atuem em funções de apoio, como segurança de perímetros e controle de multidões — sem autorização para realizar prisões, a menos que Trump acione dispositivos legais específicos.
Trata-se de uma das maiores mobilizações internas de fuzileiros desde os distúrbios raciais de 1992 na própria Los Angeles. Especialistas em segurança e direitos civis alertam que o envio de tropas federais para conter manifestações urbanas reacende um debate histórico sobre o papel das Forças Armadas em ambiente civil e o risco de militarização da política doméstica.
Advogados do Departamento de Defesa ainda estão finalizando o conjunto de regras que vai orientar a conduta dos militares em campo. As normas devem seguir os protocolos de engajamento típicos das operações militares, incluindo limites rigorosos para o uso da força letal.
A mobilização ocorre em um momento crítico para a política norte-americana. No fim de semana, o presidente Trump chegou a afirmar, em tom de ameaça, que o governador da Califórnia deveria ser preso por suposta conivência com “ações ilegais”. A fala aprofundou o impasse entre a Casa Branca e autoridades estaduais, que condenam a intervenção federal.
Enquanto isso, os protestos seguem intensos em diversas cidades da Califórnia, com manifestantes denunciando abusos nas operações migratórias e exigindo respeito aos direitos civis. A mobilização dos fuzileiros será acompanhada de perto por organizações de direitos humanos e pela imprensa internacional, em meio ao temor de que a presença das tropas intensifique a crise política e social já instalada.

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