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Exposição Infantil nas Redes Sociais: Pesquisa Aponta Que 1 em Cada 3 Crianças Tem Perfil Aberto

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 28 de jan.
  • 2 min de leitura

Aos 12 anos, uma menina de São Paulo não desgruda do celular. Seu maior desejo? Que a tela vibre com novas interações e seguidores. Para isso, mantém seu perfil aberto em redes como Instagram e Snapchat, permitindo que qualquer pessoa visualize suas postagens sem restrições. O comportamento, à revelia da família, preocupa a mãe, a publicitária Suzana Oliveira, de 41 anos.


O caso não é isolado. Um estudo da empresa Unico, especializada em identidade digital, e do Instituto de Pesquisas Locomotiva, divulgado nesta terça-feira (28), Dia Internacional da Proteção de Dados, revelou que uma em cada três crianças e adolescentes brasileiros, entre 7 e 17 anos, mantém perfis abertos nas redes sociais.


A pesquisa, que ouviu 2.006 responsáveis por crianças e adolescentes entre os dias 9 e 24 de outubro de 2024, aponta uma tendência preocupante: 47% dos jovens adicionam qualquer pessoa e interagem com desconhecidos nas plataformas digitais.


O Perigo da Exposição Excessiva


Entre os riscos mais comuns da superexposição nas redes sociais estão:

Vazamento de dados pessoais

Contato com pessoas mal-intencionadas

Exposição a conteúdos inadequados

Pressão estética e impactos na saúde mental


Suzana, por exemplo, monitora a atividade da filha com um aplicativo e restringe o tempo de uso, mas enfrenta resistência. “O celular tem gerado crises de ansiedade, choro e mau humor. Minha filha pratica esportes, mas as redes sociais ainda afetam sua saúde”, relata.


Pais Subestimam os Riscos


Apesar de 89% dos pais acreditarem estar preparados para proteger os filhos, 73% desconhecem medidas básicas para evitar vazamento de dados. O levantamento aponta que 75% das crianças e adolescentes brasileiros têm perfil em alguma rede social, sendo que 61% compartilham fotos pessoais, marcam localizações e identificam familiares.


A especialista Diana Troper, diretora de proteção de dados da Unico, alerta: “Essas informações criam um mapa de vulnerabilidades explorado por criminosos”. Segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), dados pessoais compartilhados em perfis abertos não deveriam ser coletados sem consentimento, mas a prática ainda é comum.


Como Proteger as Crianças nas Redes?


🔒 Manter o perfil fechado

📵 Evitar a exposição de informações pessoais

Limitar o tempo de uso das redes sociais

🗣 Dialogar sobre os riscos da internet

🛑 Monitorar seguidores e interações


Para a brasiliense Keila Santana, de 47 anos, não há espaço para perfis abertos em sua casa. Seu filho Pedro, de 13 anos, só pode acessar as redes por duas horas diárias e sem postagens. Ele mesmo vigia a irmã mais nova, Clara, de 10 anos.


Luciana Alencar, de 43 anos, teme o excesso de informações que os filhos consomem. Seu maior receio? Que eles reproduzam discursos preconceituosos sem perceber. O filho mais velho, Ian, promete um equilíbrio: menos redes sociais, mais futebol e conversas presenciais.


A pesquisa reforça a urgência da educação digital. Em um mundo onde a internet é inevitável, proteger crianças e adolescentes não significa apenas restringir, mas também ensiná-los a usar as redes de forma segura e responsável.


 
 
 

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