Feriadão no setor público e rotina paralisada: Prefeitura de Barra Mansa decreta ponto facultativo após Corpus Christi
- Marcus Modesto
- 19 de jun.
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A Prefeitura de Barra Mansa decretou ponto facultativo nas repartições públicas nesta sexta-feira (20), estendendo o feriado de Corpus Christi, celebrado na quinta-feira (19), e promovendo mais um “feriadão” no calendário do funcionalismo municipal. Apesar de manter serviços essenciais em regime de plantão, a medida escancara a prática rotineira de paralisar a máquina pública sempre que há uma possibilidade de emendar datas comemorativas — em pleno cenário de atrasos e gargalos em áreas básicas como saúde e infraestrutura.
O fechamento total dos postos de saúde, da Farmácia Municipal e do Hemonúcleo por dois dias consecutivos impacta diretamente os moradores que dependem exclusivamente do sistema público. O serviço de Tratamento Fora de Domicílio funcionará apenas em regime de plantão, dificultando ainda mais o acesso a quem precisa de deslocamento para atendimento médico em outras cidades. É mais um entrave para quem lida com a burocracia e a lentidão do sistema.
Enquanto isso, o Restaurante do Povo — um dos poucos serviços que continuam operando parcialmente — será fechado no feriado, reabrindo na sexta-feira. A exceção reforça a contradição de uma gestão que afirma priorizar o atendimento à população, mas interrompe justamente os serviços que mais afetam as camadas vulneráveis da cidade.
A decisão da prefeitura segue um padrão que se repete ano após ano: transformar datas religiosas ou cívicas em fins de semana prolongados, mesmo diante de uma cidade que ainda enfrenta sérios desafios estruturais, como buracos em vias centrais, superlotação em unidades de saúde e deficiência no transporte público.
É necessário questionar até que ponto o interesse público está sendo realmente colocado em primeiro lugar. O ponto facultativo serve ao funcionalismo, mas penaliza o contribuinte — aquele que depende do Estado para ter acesso ao básico. Com tantos problemas acumulados, talvez fosse hora de reavaliar a conveniência de mais uma sexta-feira ociosa no serviço público.

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