Festa do Caqui no PL expõe conexões com Mogi das Cruzes e falta de transparência no uso de verba pública
- Marcus Modesto
- 22 de jul.
- 2 min de leitura
O Partido Liberal (PL), comandado por Valdemar da Costa Neto, tem enfrentado questionamentos sobre a destinação de verbas do fundo partidário — que somam mais de R$ 1 bilhão apenas em 2025. Um dos casos que chama atenção envolve a Caqui Filmes Para Publicidade Ltda, empresa que recebeu ao menos R$ 364 mil do partido nos últimos dois anos para a produção de conteúdo audiovisual.
Segundo revelou o Intercept Brasil, a produtora tem características incomuns: não possui site oficial nem perfis ativos em redes sociais, e mesmo com sede registrada em São Paulo, os pagamentos foram realizados em uma agência bancária de Mogi das Cruzes, cidade natal e base política de Valdemar.
A conexão com Mogi não para por aí. A Caqui Filmes foi fundada em 2017 pela gestora patrimonial Bruna Moreira Gomes, com sede no centro da cidade. Em 2019, a empresa passou por reformulação: Bruna deixou a sociedade, e a comunicadora Marília Padija de Oliveira assumiu o controle, transferindo a sede para a capital paulista. Marília tem ligação direta com Mogi: formou-se em Rádio e TV pela Universidade de Mogi das Cruzes e já trabalhou em uma agência local.
Apesar das mudanças, Bruna ainda consta como sócia de outras duas empresas sediadas em Mogi, incluindo a Azimute Gestão Patrimonial, com capital social superior a R$ 10 milhões.
O Intercept destaca que o maior pagamento feito à produtora — R$ 184 mil em maio de 2025 — ainda não tem justificativa clara nos sistemas de transparência da Justiça Eleitoral. Não há nota fiscal disponível, nem indicação do serviço prestado. Já os pagamentos feitos em 2023 foram associados à produção de cinco vídeos institucionais, dos quais apenas dois estão disponíveis online. Cada vídeo custou R$ 38 mil e tem menos de três minutos de duração.
A reportagem do Intercept tentou contato com as sócias da Caqui Filmes e com a direção do PL para obter esclarecimentos. Nenhuma resposta foi enviada até o fechamento da matéria, prevista para publicação no site na quarta-feira, 23 de julho.
A apuração revela indícios de que o fundo partidário tem sido utilizado de maneira opaca, favorecendo empresas com vínculos pessoais e regionais com a alta cúpula da legenda — especialmente em um momento em que o partido se estrutura como uma máquina eleitoral bilionária, sob o comando direto de Valdemar da Costa Neto.
Com base na reportagem de Lucas Neves para o Intercept Brasil. Publicação original prevista para 23 de julho de 2025.
Para ler a íntegra da apuração, acesse o site do Intercept Brasil.
Com informações do Intercept Brasil




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