Flávio Bolsonaro pede “trégua” a Moraes após internação de Jair, mas discurso expõe contradições
- Marcus Modesto
- 18 de set.
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apelou nesta terça-feira (16) por uma “trégua” nas medidas restritivas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O pedido veio após o pai ser internado em Brasília, em decorrência de um mal-estar durante o cumprimento da prisão domiciliar.
Sem citar Moraes nominalmente, Flávio usou palavras pesadas: “Eu peço trégua ao terrorista. É muita restrição, o psicológico fica abalado. Ele começou a soluçar, a respiração travou, ele expeliu vômito dois metros à frente e passará a noite internado, fazendo exames. A família toda sofre”, declarou.
Internação e clima político
Bolsonaro foi levado ao hospital DF Star, em Brasília, onde permanece sob observação. Apesar do susto, médicos informaram que o quadro é estável. Ainda assim, a internação serviu de combustível para a narrativa bolsonarista contra o Judiciário.
A fala de Flávio revela uma contradição evidente: de um lado, acusa Moraes de “terrorista”; de outro, pede clemência e redução das restrições. O gesto soa menos como firmeza política e mais como um recuo tático, um reconhecimento de que a família perdeu margem de manobra diante das decisões judiciais.
Pressão sobre o STF e discurso para a base
A base bolsonarista já vinha classificando as medidas do Supremo como desproporcionais. Agora, com o episódio da internação, a pressão se intensifica e deve ser usada como instrumento de mobilização política. O risco, porém, é que a estratégia transforme a fragilidade pessoal do ex-presidente em mero capital político.
No fundo, o discurso inflamado de Flávio — misto de vitimização e ataque — expõe mais fraqueza do que força. Ao pedir “trégua”, o senador deixa evidente que, diante de Alexandre de Moraes, a retórica agressiva não passa de cortina de fumaça.




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