Flip 2025 Começa em Paraty com Homenagem a Paulo Leminski e Palco Tomado por Poesia, Música e Resistência
- Marcus Modesto
- 1 de ago.
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Paraty, RJ – A cidade histórica de Paraty deu início, nesta quarta-feira (30), à edição 2025 da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), consolidando mais uma vez seu papel como centro pulsante da literatura e da cultura brasileira. A abertura oficial, realizada no Auditório da Matriz, no coração do Centro Histórico, celebrou a obra irreverente e multifacetada de Paulo Leminski, autor homenageado deste ano.
A cerimônia inaugural lotou o auditório e emocionou o público ao trazer um encontro entre a poesia e a música, marcas centrais da trajetória de Leminski. O convidado especial da noite foi o poeta, compositor e ex-Titãs Arnaldo Antunes, que leu poemas, falou sobre a influência do autor curitibano em sua obra e destacou a atualidade da escrita de Leminski.
— Leminski tinha uma capacidade rara de unir o erudito e o popular, o haicai e a contracultura. Ele falava ao mesmo tempo para os intelectuais e para o público de rua — afirmou Arnaldo, aplaudido de pé.
A mesa de abertura também contou com a presença de representantes da curadoria da Flip, que nesta edição reforça o compromisso da festa com a pluralidade de vozes e a transversalidade das linguagens artísticas. O discurso de abertura foi marcado por críticas sutis ao momento político e pelo reconhecimento do papel da cultura como forma de resistência.
Ao final da noite, o público foi conduzido em cortejo pelas ruas de pedra de Paraty ao som vibrante do grupo local Maracatu Tira o Mofo, em uma celebração coletiva que uniu tradição popular e festa literária. O percurso seguiu até a Praça Aberta, à beira do rio Perequê-Açu, onde as atrações continuaram com performances e intervenções artísticas.
A Flip 2025 segue até domingo (3) com mesas de debate, oficinas, saraus, programação infantojuvenil e uma intensa agenda paralela de lançamentos e atividades em toda a cidade. Neste ano, a proposta curatorial busca explorar a multiplicidade da linguagem, o cruzamento entre o verso e o som, e a figura de Leminski como símbolo de uma arte viva, provocadora e sem amarras.
A expectativa é de que o evento reúna mais de 30 mil pessoas ao longo dos cinco dias de programação, gerando impacto direto na economia local e reafirmando o papel de Paraty como um dos principais polos culturais do país.




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