Fuga de adolescente algemado expõe falhas na segurança da 88ª DP em Barra do Piraí
- Marcus Modesto
- 24 de mar.
- 2 min de leitura
A recente fuga de um adolescente de 16 anos, que escapou algemado da 88ª Delegacia de Polícia em Barra do Piraí, no Sul Fluminense, escancara graves falhas no sistema de segurança pública. O jovem, apreendido por fato análogo ao tráfico de drogas, não só conseguiu fugir pela porta da frente da delegacia como, segundo informações divulgadas pela página ‘Barra no Ar’, teria rompido o cerco policial e se escondido no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio de Janeiro – a mais de 100 km de distância.
A facilidade com que o menor, com um histórico impressionante de nove apreensões por tráfico, lesão corporal e até homicídio, escapou, levanta questionamentos sobre a eficiência das medidas de custódia e vigilância adotadas na unidade policial. A fuga teria ocorrido após o adolescente passar por exame no Instituto Médico Legal (IML). De acordo com os relatos, ele teria atravessado uma ponte de pedestres ao lado da delegacia e desaparecido sem ser contido.
Mais alarmante, no entanto, é a aparente inércia das autoridades diante da reincidência do jovem em crimes graves. A apreensão do menor e sua aguardada transferência para o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE) não foram suficientes para impedir sua evasão – o que expõe uma combinação perigosa de despreparo e falta de controle no trato com infratores de alta periculosidade.
Se confirmadas as informações de que o adolescente estaria exibindo um fuzil em fotos divulgadas nas redes sociais e se associando a criminosos conhecidos no Complexo do Chapadão, o episódio ultrapassa a mera fuga e se transforma em um caso explícito de apologia ao crime e fortalecimento do tráfico de drogas.
A repetição de episódios como esse reforça a sensação de impunidade e fragiliza a confiança da população na capacidade do Estado de combater a criminalidade juvenil de forma eficaz. A abertura de um inquérito para investigar a fuga e as publicações é um passo necessário, mas insuficiente diante do risco real que a permanência de jovens infratores em liberdade representa para a sociedade.
Quantos outros adolescentes em conflito com a lei estão aproveitando brechas no sistema para ampliar seu envolvimento com o crime organizado? Até quando falhas básicas de segurança em delegacias permitirão que situações como essa se repitam? Mais do que explicações protocolares, a população exige ações concretas para impedir que o aparato de segurança pública continue a falhar onde deveria ser mais eficiente: na proteção da sociedade e na contenção da

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