Fumaça preta no Vaticano: conclave inicia sem consenso sobre novo papa

A primeira votação do conclave para a escolha do novo papa terminou sem definição nesta quarta-feira (7), sinalizada pela tradicional fumaça preta que emergiu da chaminé da Capela Sistina por volta das 16h (horário de Brasília). O sinal, acompanhado por olhares atentos e expectativa global, indica que nenhum dos 133 cardeais presentes atingiu os dois terços dos votos necessários para ser eleito sucessor de Francisco.

O ritual milenar, que mantém intacta a tradição da Igreja Católica, utiliza uma mistura especial de produtos químicos para gerar a coloração da fumaça: preta quando não há consenso; branca quando um novo pontífice é escolhido. A votação de hoje foi a única do dia e marca o ponto de partida de um processo histórico, reservado e profundamente simbólico, que mobiliza fiéis e líderes religiosos ao redor do mundo.

Todos os cardeais eleitores — obrigatoriamente com menos de 80 anos — permanecem em absoluto isolamento dentro da Capela Sistina até que o novo líder da Igreja seja escolhido. A partir de quinta-feira (8), estão previstas até quatro votações diárias, com emissões de fumaça ao longo do dia. A expectativa é que o processo possa se estender por alguns dias, como já ocorreu em conclaves anteriores.

Mais cedo, o conclave teve início com a Missa “Pro Eligendo Pontifice”, celebrada na Basílica de São Pedro e presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re. A cerimônia, que reuniu cerca de 5 mil fiéis, foi marcada por pedidos de sabedoria e unidade em tempos considerados desafiadores para a Igreja e o mundo.

Enquanto o mundo volta os olhos à chaminé da Capela Sistina, o colégio de cardeais segue em oração e deliberação, diante da missão de escolher não apenas um novo papa, mas um guia espiritual capaz de conduzir a Igreja Católica diante de dilemas contemporâneos que vão desde os conflitos internacionais até o avanço da secularização em diversas sociedades.