Glauber Braga sofre novo revés na CCJ e processo de cassação pode ir ao plenário
- Marcus Modesto
- 24 de abr.
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O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) enfrentou mais um revés no processo que pode levar à cassação de seu mandato. O relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Alex Manente (Cidadania-SP), rejeitou o recurso apresentado pela defesa de Glauber, que tentava barrar o andamento do processo. O parecer ainda precisa ser votado pelos membros da comissão e, se aprovado, o caso poderá seguir para decisão final no plenário da Câmara dos Deputados.
A defesa de Braga argumenta que não há justa causa para a cassação e aponta “desproporcionalidade” na penalidade. O parlamentar afirma estar sendo alvo de perseguição política e considera o processo um “precedente perigoso” para a liberdade de expressão no Parlamento. “É inadmissível que uma maioria de ocasião possa calar a voz de um deputado eleito pelo povo”, declarou Glauber, que também relatou ter recebido apoio de parlamentares de diferentes partidos.
O processo teve origem em um episódio ocorrido em abril de 2024, quando Glauber expulsou, com chutes, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) das dependências da Câmara dos Deputados. O partido Novo formalizou o pedido de cassação, acusando o deputado de quebra de decoro parlamentar.
Em protesto contra o processo, Glauber iniciou uma greve de fome que durou oito dias, permanecendo no plenário da Câmara. A mobilização forçou uma negociação com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que concordou com a suspensão temporária do processo por 60 dias, após a análise do recurso na CCJ. Nesse período, a expectativa é que se avalie uma punição alternativa, como a suspensão temporária do mandato.
O desfecho do caso poderá marcar um novo capítulo na disputa entre diferentes correntes ideológicas dentro do Congresso e reacende o debate sobre os limites do decoro parlamentar e da liberdade de expressão dos deputados.

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