Governador Cláudio Castro ignora demandas do Rio e usa cargo para palanque político
- Marcus Modesto
- 16 de mar.
- 2 min de leitura
Em mais um episódio de subserviência ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), transformou um ato na Praia de Copacabana, neste domingo (16), em um palanque eleitoral antecipado. Enquanto o estado enfrenta crises na segurança pública, na saúde e no transporte, Castro prefere priorizar discursos inflamados em defesa de anistia a presos e apoio irrestrito ao projeto político bolsonarista para 2026.
Em vez de apresentar soluções para problemas reais que afetam a população fluminense, o governador optou por alimentar a retórica de perseguição política, sugerindo – sem provas – que o governo federal mantém “pessoas inocentes presas” como estratégia para mobilizar sua base. Curiosamente, enquanto insiste nesse discurso, Castro se omite diante do aumento da violência, do sucateamento de hospitais estaduais e do colapso na mobilidade urbana.
A postura do governador revela não apenas seu alinhamento incondicional a Bolsonaro, mas também um preocupante desvio de foco em relação às obrigações que assumiu ao ser eleito. Ao incentivar os manifestantes a entoarem gritos de “anistia já”, Castro demonstra estar mais preocupado em agradar uma parcela ideológica do que em governar para todos os cidadãos do estado.
O evento em Copacabana ocorre em meio a investigações delicadas envolvendo figuras do governo anterior e os desdobramentos dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Em vez de defender o respeito às instituições e a estabilidade democrática, Cláudio Castro escolhe reforçar a narrativa revisionista que tenta reescrever os fatos e deslegitimar as decisões judiciais.
É emblemático que, enquanto Castro bradava “Viva Bolsonaro” em um palanque à beira-mar, moradores da Baixada Fluminense lidavam com a precariedade do sistema de saúde e trabalhadores da capital enfrentavam um transporte público cada vez mais caro e ineficiente. O Rio de Janeiro não precisa de slogans vazios ou discursos para agradar ex-presidentes — precisa de um governador disposto a enfrentar os problemas reais com responsabilidade e compromisso.
Ao utilizar o cargo para fazer campanha antecipada e ecoar teorias conspiratórias, Cláudio Castro deixa claro quais são suas prioridades. Infelizmente, governar de fato parece não estar entre elas.

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