Governo lança Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda de até R$ 12 mil
- Marcus Modesto
- 12 de abr.
- 2 min de leitura
O governo federal anunciou, nesta semana, a criação da Faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil. A nova modalidade entra em vigor a partir de maio e traz condições mais acessíveis de financiamento: juros anuais de até 10,5%, prazos de pagamento de até 420 meses e limite de valor do imóvel em R$ 500 mil.
A medida tem como objetivo ampliar o acesso à moradia para a classe média e reduzir o custo do financiamento habitacional. “Temos atuado de forma integrada com o setor privado, com entes federativos e com os movimentos sociais para ampliar o acesso à moradia, diversificar as fontes de financiamento e aprimorar os marcos regulatórios do setor. O nosso compromisso é garantir que o investimento público seja cada vez mais eficiente, transparente e voltado para os resultados concretos”, afirmou o ministro das Cidades, Jader Filho.
O novo financiamento contará com R$ 15 bilhões provenientes do FGTS e outros R$ 15 bilhões de instituições financeiras, com expectativa de atender cerca de 120 mil famílias na primeira etapa.
Especialistas do setor consideram a medida positiva. A consultora em crédito imobiliário Danièle Akamine destaca a competitividade das novas taxas. “Enquanto o SBPE oferece juros de 11,49% ao ano, a Faixa 4 do MCMV reduz esse índice para 10,5%. Em um financiamento de R$ 200 mil, isso representa uma economia de cerca de R$ 27 mil ao longo do contrato, com parcelas iniciais passando de R$ 2.544 para R$ 2.394”, explicou.
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, o uso de recursos do pré-sal na habitação pode transformar o setor. “Pode gerar uma nova revolução na habitação brasileira”, afirmou. Já Thiago Ely, diretor da MRV&CO, acredita que a nova faixa atende justamente quem estava fora do programa e enfrentava os juros mais elevados.
Embora haja críticas sobre o possível impacto fiscal, analistas da Warren Rena garantem que os recursos já estavam previstos no orçamento, sem aumento da despesa pública. No entanto, o economista Gabriel Barros, da ARX Investimentos, alertou para o risco de pressão inflacionária caso a medida aqueça demais o setor. O Tribunal de Contas da União (TCU) foi questionado sobre a regularidade da operação, mas ainda não se pronunciou.

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