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Governo reage com indignação ao apoio da base à urgência de projeto que anistia golpistas do 8 de Janeiro

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 11 de abr.
  • 2 min de leitura

A articulação de mais de 100 deputados da base governista em apoio ao requerimento de urgência para o projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro provocou forte reação no Palácio do Planalto. A palavra mais ouvida entre os integrantes do governo para descrever o sentimento diante do movimento parlamentar é uma só: indignação.


De acordo com informações publicadas pela colunista Bela Megale, do jornal O GLOBO, a avaliação entre ministros e assessores é que não há justificativa para que partidos que integram a base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva endossem uma proposta que, segundo o governo, representa um perdão a quem tentou derrubar a democracia e ameaçou diretamente o presidente da República.


A percepção no núcleo político do Planalto é que, embora os defensores do projeto tentem focar em figuras como a cabeleireira Débora Rodrigues — que se tornou símbolo da narrativa bolsonarista pró-anistia —, o real objetivo da proposta seria livrar de punição personagens centrais da tentativa de golpe, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares ligados ao seu governo. Muitos desses nomes já são réus no Supremo Tribunal Federal (STF), acusados de envolvimento direto na articulação antidemocrática.


Diante da crescente pressão política, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, manifestou-se contrária ao projeto em tramitação. Ela sinalizou abertura para discutir eventuais reduções de pena a participantes de menor relevância nos atos, mas alertou que a proposta atual abre brechas para beneficiar os líderes do movimento golpista.


— O texto, mesmo sem dizer abertamente, pode acabar contemplando Bolsonaro e generais que atacaram as instituições e a ordem democrática — afirmou Gleisi.


O requerimento de urgência, que visa acelerar a votação do projeto no plenário da Câmara dos Deputados, já atingiu o número mínimo de 257 assinaturas, segundo o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada bolsonarista. Entre os apoiadores, estão mais de 115 parlamentares de partidos da base do governo, como MDB, União Brasil, PP, PSD e Republicanos — todos com ministérios no atual governo.


A movimentação parlamentar gerou desconforto e acendeu um alerta no Planalto. Setores do governo já articulam uma resposta mais dura às legendas que integram a base, com o objetivo de deixar claro o descontentamento com a postura de seus deputados. No entanto, ainda não há definição sobre quais medidas serão adotadas.


Nos bastidores, auxiliares de Lula defendem que haja uma cobrança mais firme por parte da articulação política do governo, inclusive com possibilidade de rever espaços na Esplanada dos Ministérios, caso o alinhamento com o Planalto não se sustente nas votações mais sensíveis do Congresso.



 
 
 

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