Governo Trump cancela mais de 1.500 vistos de estudantes estrangeiros em universidades dos EUA

O governo dos Estados Unidos, sob a liderança do ex-presidente Donald Trump, revogou os vistos de pelo menos 1.556 estudantes estrangeiros matriculados ou recém-formados em instituições de ensino superior americanas. A medida faz parte de uma nova diretriz que visa restringir a imigração e intensificar o monitoramento de manifestações pró-Palestina, consideradas suspeitas de ligação com grupos classificados como terroristas pelo governo, como o Hamas.

A informação foi divulgada pelo site Inside Higher Ed e repercutida pelo portal Poder360. Segundo as reportagens, estudantes de ao menos 240 universidades já foram afetados. A ação é baseada em um programa chamado Catch and Revoke (“Capturar e Revogar”), conduzido pelo Departamento de Estado. A iniciativa utiliza inteligência artificial para analisar redes sociais e identificar conteúdos que possam representar uma “ameaça à segurança nacional”.

Além de protestos políticos, o programa também tem como alvo estudantes com infrações consideradas menores, como multas de trânsito ou pequenos descumprimentos administrativos. O processo tem sido criticado pela falta de transparência, já que universidades são informadas apenas depois da revogação dos vistos, sem detalhes sobre os motivos.

Em visita à Guiana, o secretário de Estado Marco Rubio defendeu a ação e classificou como “lunáticos” os estudantes envolvidos em manifestações. Segundo ele, mais de 300 vistos foram cancelados apenas nas primeiras semanas de operação do programa. Os vistos atingidos são do tipo F-1 (para estudantes internacionais) e J-1 (voltado a programas de intercâmbio educacional).

A medida gerou forte reação entre acadêmicos, entidades de direitos civis e instituições de ensino, que alertam para o risco de um isolamento acadêmico dos Estados Unidos. Universidades americanas, que contam com estudantes internacionais tanto pela diversidade quanto pelo financiamento que proporcionam, expressam preocupação com os impactos reputacionais da política.

O banco de dados com os nomes das instituições afetadas está disponível no site Inside Higher Ed.