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Governo Trump congela bilhões em repasses a Harvard após universidade rejeitar exigências contra manifestações pró-Palestina

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 15 de abr.
  • 2 min de leitura

Casa Branca ameaça retirar isenção fiscal da instituição; tensão entre universidades e governo federal se intensifica em ano eleitoral


A crise entre o governo dos Estados Unidos e as principais universidades do país atingiu um novo patamar nesta segunda-feira (15), com o congelamento de cerca de US$ 2,3 bilhões em repasses e contratos federais destinados à Universidade Harvard. A medida foi anunciada após a instituição recusar publicamente atender a uma série de exigências da administração do presidente Donald Trump, que afirmou que Harvard poderia perder seu status de isenção fiscal por agir como uma “entidade política”.


— Talvez Harvard devesse perder seu status de isenta de impostos e ser taxada como uma entidade política, caso continue forçando a doença política, ideológica e inspirada em terroristas — escreveu Trump em sua rede social, a Truth Social.


O estopim do confronto foi a negativa da universidade em adotar medidas impostas pelo governo sob o pretexto de combater o antissemitismo em seus campi. As tensões aumentaram ao longo de 2024, com o crescimento de manifestações estudantis em apoio à Palestina e críticas às ações de Israel na Faixa de Gaza.


A Casa Branca tem pressionado dezenas de universidades em todo o país, alegando que essas instituições não estariam cumprindo leis federais relacionadas à proteção dos direitos civis. Harvard, porém, optou por manter sua independência acadêmica.


Em nota oficial, o reitor interino de Harvard, Alan Garber, afirmou que a postura da universidade busca proteger seus princípios constitucionais.


— Fica claro que a intenção [do governo] não é trabalhar conosco para abordar o antissemitismo de maneira cooperativa e construtiva. A maioria das exigências representa uma tentativa direta de controle governamental sobre as condições intelectuais da universidade — disse.


Diferente da Universidade Columbia, que acatou medidas como permitir ações policiais dentro do campus e revisar seu departamento de estudos do Oriente Médio, Harvard tornou-se a primeira grande instituição a desafiar frontalmente a pressão do governo Trump.


A tensão reflete um cenário mais amplo de polarização nos Estados Unidos, onde instituições de ensino superior têm sido alvo de críticas por parte de setores conservadores, que as acusam de promover discursos “radicais” ou “antipatrióticos”.


Segundo fontes da administração federal, pelo menos outras 60 universidades já foram notificadas sobre possíveis sanções semelhantes, caso não cumpram exigências relacionadas ao combate ao antissemitismo.


O impasse promete se desdobrar nos próximos meses e deve alimentar o debate sobre liberdade acadêmica, ingerência governamental e os limites da autonomia universitária — especialmente em um ano marcado por eleições presidenciais.



 
 
 

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