Guerra comercial entre EUA e China provoca colapso global nos mercados
- Marcus Modesto
- 4 de abr.
- 2 min de leitura
Menos de 48 horas após o ex-presidente Donald Trump anunciar o maior aumento tarifário dos EUA em mais de um século, a China respondeu com força: o presidente Xi Jinping confirmou, nesta sexta-feira (4), tarifas adicionais de 34% sobre todas as importações norte-americanas. A retaliação eleva a guerra comercial a um novo e perigoso patamar, com impacto imediato nos mercados globais.
Mercados globais em queda livre
Em Nova York, os principais índices acionários despencaram. O S&P 500 caiu 5,97%, o Dow Jones perdeu 5,50% e a Nasdaq desabou 5,82%, entrando, segundo analistas, em território especulativo. Foi o pior desempenho desde o auge da pandemia. Somente nos últimos dois dias, o S&P 500 viu seu valor de mercado encolher em US$ 5 trilhões, enquanto o Dow Jones perdeu US$ 973 bilhões e a Nasdaq, US$ 1,44 trilhão. O índice Vix, conhecido como “índice do medo”, disparou mais de 50%, refletindo a forte aversão ao risco.
Reação global em cadeia
A notícia da retaliação chinesa, divulgada durante um feriado no país, abalou os mercados asiáticos e europeus. Em Tóquio, a Bolsa caiu 2,75%. Frankfurt e Londres recuaram 4,95%, e Paris, 4,26%.
Brasil também sente o impacto
O Ibovespa não escapou do efeito dominó e fechou a sexta-feira com queda de 2,96%, aos 127.256 pontos — a maior perda diária desde 18 de dezembro. As commodities, sensíveis ao cenário de desaceleração econômica, tiveram forte desvalorização. O barril do petróleo Brent caiu 6,5%, e o WTI afundou 7,41%, pressionando os papéis do setor.
A Petrobras (PETR4) caiu 4,03%, a Prio (PRIO3) recuou 7,96% e a Brava (BRAV3) afundou 12,92%. A Vale (VALE3) perdeu 3,99%, enquanto os principais bancos registraram quedas próximas de 2%. O setor varejista também foi duramente atingido: Magazine Luiza (MGLU3) caiu 8,22%. A exceção foi o Carrefour (CRFB3), que disparou 10,77% após anúncio de proposta para fechamento de capital.
Apenas três ativos fecharam em alta: Minerva (BEEF3), com 0,15%; Klabin (KLBN11), com 0,05%; e o próprio Carrefour.
Câmbio dispara
No mercado de câmbio, o dólar reagiu com força e fechou em alta de 3,72%, cotado a R$ 5,8382 — a maior valorização diária desde novembro de 2022. Com o avanço de hoje, a moeda norte-americana acumula alta de 1,32% na semana e de 2,27% no mês, apesar de ainda registrar queda de 5,57% no acumulado de 2025.
Analistas alertam
Segundo especialistas, a escalada da tensão entre as duas maiores economias do planeta lança uma nova onda de incerteza sobre o cenário internacional, com impactos diretos sobre os mercados emergentes, que tendem a ser os mais vulneráveis em tempos de instabilidade global.
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