Hamas e Israel trocam listas de reféns e prisioneiros em avanço nas negociações de cessar-fogo no Egito
- Marcus Modesto
- 8 de out.
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No terceiro dia de negociações no Cairo, o grupo palestino Hamas anunciou nesta quarta-feira (8) que trocou com Israel as listas de reféns e prisioneiros cuja libertação foi solicitada. O gesto é considerado um dos avanços mais concretos desde o início das tratativas para um cessar-fogo mediado por Egito, Catar e Estados Unidos.
As delegações de Israel e do Hamas estão reunidas na capital egípcia desde segunda-feira (6), em um esforço para pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza, que completou dois anos nesta semana. Segundo fontes palestinas, a fase atual das conversas é sensível, pois define os mecanismos para a implementação simultânea do cessar-fogo e da troca de prisioneiros.
Plano de paz com apoio internacional
As discussões no Egito também abordam o plano de paz apresentado recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. O documento propõe 20 pontos principais para encerrar as hostilidades, incluindo o desarmamento do Hamas, a libertação humanitária de reféns e prisioneiros e a retirada gradual das forças israelenses da Faixa de Gaza.
Em comunicado, o Hamas afirmou ter apresentado “uma posição positiva e responsável para alcançar o progresso necessário e concluir um acordo”. O grupo destacou ainda que os mediadores internacionais “trabalham de forma coordenada para remover quaisquer obstáculos às etapas de implementação do cessar-fogo”.
Listas trocadas e critérios definidos
De acordo com fontes ligadas à mediação, as listas trocadas contêm civis e militares detidos por ambos os lados. A libertação deve ocorrer em fases, conforme a verificação dos nomes e a definição das rotas de segurança. O intercâmbio, realizado com base em critérios previamente acordados, é visto como um sinal de avanço concreto e de confiança mútua no processo.
Caminho para um cessar-fogo duradouro
O conflito entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, após o ataque do grupo palestino ao território israelense, que deixou cerca de 1.200 mortos e 250 sequestrados. A ofensiva militar israelense em resposta já resultou em aproximadamente 67 mil mortes em Gaza, segundo estimativas internacionais.
Dois anos depois, cresce a pressão global por um cessar-fogo duradouro e pela reconstrução da Faixa de Gaza. O Egito, que desde o início da guerra tem desempenhado papel central nas mediações, sedia nesta semana uma nova rodada de encontros multilaterais com a participação de representantes de Catar e Estados Unidos.
Apesar do clima de cautela, diplomatas envolvidos nas negociações afirmam que a troca de listas e o tom mais conciliador dos comunicados indicam uma “janela real de oportunidade” para um desfecho diplomático inédito desde o início do conflito.




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