Igreja Católica se prepara para eleger novo papa após fim do pontificado de Francisco
- Marcus Modesto
- 21 de abr.
- 2 min de leitura
O fim do pontificado de Francisco, aos 88 anos, abre caminho para um dos processos mais simbólicos e discretos da Igreja Católica: o conclave. Nas próximas semanas, os cardeais do mundo inteiro se reunirão em Roma para escolher o novo líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de fiéis. O rito, que mistura tradição, isolamento e votação secreta, deverá ocorrer entre 15 e 20 dias após a morte do papa, durante o chamado período de sede vacante.
Durante esse intervalo, o responsável por administrar provisoriamente o Vaticano é o camerlengo — atualmente o cardeal Kevin Farrell —, que coordena os funerais e sela os aposentos papais, garantindo que nada seja alterado até a eleição do novo pontífice.
A escolha do novo papa acontece na Capela Sistina, em um cenário de absoluto sigilo. Apenas os cardeais com menos de 80 anos participam das votações, sendo alojados na Casa de Santa Marta, sem qualquer acesso a comunicações externas. Antes da primeira votação, é celebrada a tradicional missa Pro Eligendo Romano Pontifice, na Basílica de São Pedro.
Fumaça branca ou preta: o mundo observa
O sistema de votação exige maioria qualificada: dois terços dos votos. São até quatro rodadas por dia (duas pela manhã e duas à tarde). Caso nenhum candidato atinja a maioria após 34 votações, apenas os dois mais votados continuam no pleito — ainda assim, com necessidade de dois terços para vitória.
A cada escrutínio, a famosa fumaça informa o resultado: preta indica que a Igreja segue sem papa; branca, que um novo pontífice foi escolhido. Ao aceitar o cargo, o eleito escolhe seu nome papal e é apresentado ao mundo com o anúncio “Habemus Papam”, feito do balcão central da Basílica de São Pedro.
Perfil do novo líder pode refletir legado de Francisco
Com cerca de 80% dos cardeais eleitores nomeados por Francisco, a expectativa é que seu sucessor mantenha os rumos de reforma e abertura promovidos por seu pontificado. Ainda assim, questões como experiência pastoral, domínio da língua italiana e representatividade de regiões fora da Europa, como África, Ásia e América Latina, devem pesar na escolha final.
A presidência do conclave ficará a cargo do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, já que os decanos Giovanni Battista Re e Leonardo Sandri estão acima da idade permitida para votação. O mundo católico, mais uma vez, acompanha em silêncio o desenrolar de uma decisão que poderá marcar o futuro da Igreja nas próximas décadas.

Comments