Inflação desacelera em março, mas alimentos seguem pressionando o bolso do consumidor
- Marcus Modesto
- 27 de mar.
- 2 min de leitura
A prévia da inflação oficial de março, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), ficou em 0,64%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da alta, o resultado representa uma desaceleração em relação a fevereiro, quando o índice subiu 1,23%. No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 5,26%, superando a meta do governo, que tem como limite 4,5%.
O principal vilão da alta inflacionária no mês foi o grupo de alimentos e bebidas, que registrou avanço de 1,09%, puxado especialmente pelos preços da alimentação no domicílio, que subiram 1,25%. Produtos essenciais tiveram aumentos expressivos, como o ovo de galinha (19,44%), café moído (8,53%) e tomate (12,57%), o que impactou diretamente o custo de vida da população.
A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Simone Tebet, afirmou que espera uma redução nos preços dos alimentos nos próximos 60 dias, impulsionada por medidas do governo, como a redução do imposto de importação sobre itens como café.
Transportes também pressionam inflação
Outro grupo que impactou significativamente o IPCA-15 de março foi o de transportes, com alta de 0,92%, puxada pelo aumento dos combustíveis (1,88%). A gasolina, que subiu 1,83%, teve o maior impacto individual no índice. O óleo diesel também apresentou forte elevação (2,77%), seguido pelo etanol (2,17%).
Apesar da pressão desses setores, habitação e educação, que haviam subido mais de 4% em fevereiro, apresentaram desaceleração em março, fechando o mês com altas de 0,37% e 0,07%, respectivamente.
Inflação ainda preocupa
O acumulado do IPCA-15 em 12 meses atingiu o maior patamar desde março de 2023 (5,36%), ultrapassando os 5% pela primeira vez em 17 meses. O indicador serve como uma prévia do IPCA cheio, a inflação oficial do país, que será divulgada em 11 de abril.
Enquanto a inflação desacelera em comparação ao mês anterior, o aumento nos preços dos alimentos e combustíveis segue como um desafio para o controle da economia. A reação do governo e a evolução dos preços nos próximos meses serão determinantes para definir o rumo da política monetária e o impacto no bolso dos brasileiros.

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