Inflação desacelera no RJ em março, mas alimentos seguem como vilões do bolso do consumidor
- Marcus Modesto
- 12 de abr.
- 2 min de leitura
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, divulgado nesta sexta-feira (11) pelo IBGE, apontou uma inflação de 0,56% no país. No Rio de Janeiro, o índice ficou ligeiramente abaixo da média nacional, registrando alta de 0,53%. Apesar da leve desaceleração, os alimentos continuam sendo os principais responsáveis pela pressão no orçamento das famílias fluminenses.
Entre os produtos que mais pesaram no bolso do consumidor estão o tomate, o ovo e o café — todos com aumentos acima da média nacional. O tomate, por exemplo, teve alta expressiva de 30% no estado apenas em março. Já o ovo subiu 14% no mesmo período.
O impacto tem sido sentido nas feiras e supermercados. “Tá caro! R$ 12 tá caro. Tudo tá caro”, desabafou a dona de casa Maria de Lurdes Cerqueira enquanto fazia compras. A reclamação é compartilhada por muitos consumidores. “Tá puxado. R$ 15 o ovo caipira. Tá puxado, sim”, reforçou Maria Alice Geli, moradora do Rio.
Para lidar com os preços elevados, consumidores têm buscado alternativas para economizar. Estratégias como pesquisar preços, aproveitar promoções e escolher dias específicos para as compras se tornaram rotina. “Tem que saber onde e como comprar. Tem o dia da feirinha no mercado”, contou Ednice Ferreira, empregada doméstica. A consumidora Sandra também destacou a importância do planejamento: “Não é assim, só chegar e comprar. A gente tem que ver, porque as coisas tá muito caro”.
De acordo com o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), o grupo de alimentos e bebidas respondeu por mais da metade da inflação no estado em março. “Alimentos in natura são mais sensíveis às variações do clima. O aumento no preço do tomate, por exemplo, está ligado a essas mudanças. Mas é provável que ele tenha queda nos próximos meses, com a chegada do outono e condições mais favoráveis para a colheita”, avaliou.
Por outro lado, produtos como o café, com ciclos de produção mais longos, devem seguir pressionando o índice de preços. “É mais difícil prever quando esses preços vão recuar, pois dependem de safras mais demoradas”, concluiu Braz

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