Inflação desacelera em janeiro e tem menor alta para o mês desde 1994
- Marcus Modesto
- 11 de fev.
- 2 min de leitura
Economia:
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,16% em janeiro, marcando o menor índice para o mês desde 1994, antes da implementação do Plano Real. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A principal razão para essa desaceleração foi o Bônus Itaipu, desconto aplicado na conta de luz de milhões de brasileiros no mês passado. Em dezembro de 2024, o IPCA havia sido 0,52%, e, apesar da desaceleração, isso não significa queda de preços, mas sim que a alta foi menos intensa.
No acumulado de 12 meses, a inflação soma 4,56%, ainda acima da meta do governo, que é de 3%, com tolerância entre 1,5% e 4,5%. No entanto, a nova regra de acompanhamento da meta considera o índice dos últimos 12 meses continuamente, e só há descumprimento se o valor ultrapassar o limite por seis meses seguidos.
Energia elétrica puxou inflação para baixo
O principal fator que ajudou a conter a inflação foi a queda de 14,21% no preço da energia elétrica residencial, o maior recuo desde fevereiro de 2013 (-15,17%). Esse fator representou uma redução de 0,55 ponto percentual (p.p.) no IPCA de janeiro.
Como consequência, o grupo habitação teve uma retração de 3,08%, com impacto negativo de 0,46 p.p. no índice geral.
Transportes e alimentos pressionaram para cima
Apesar do impacto positivo da energia elétrica, os transportes e os alimentos impediram uma queda ainda maior na inflação.
• Transportes: alta de 1,3%, com impacto de 0,27 p.p. no IPCA. Os principais responsáveis foram:
• Passagens aéreas (+10,42%)
• Ônibus urbano (+3,84%), com reajustes em sete das 16 regiões pesquisadas
• Alimentos e bebidas: alta de 0,96%, a quinta consecutiva, representando 0,21 p.p. no IPCA. Os maiores aumentos foram:
• Café moído: +8,56% (impacto de 0,04 p.p.)
• Tomate: +20,27% (impacto de 0,04 p.p.)
• Cenoura: +36,14% (impacto de 0,02 p.p.)
O preço do café deve continuar em alta, segundo produtores.
Difusão da inflação
O índice de difusão, que mede quantos itens tiveram aumento de preço, ficou em 65% em janeiro. Isso significa que 65% dos 377 produtos e serviços pesquisados ficaram mais caros. Em dezembro, esse índice havia sido 69%.
O IBGE coleta os preços nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além do Distrito Federal e das cidades de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.




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