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Injúria racial em Copacabana expõe persistência do racismo estrutural

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 9 de mar.
  • 2 min de leitura

O caso de injúria racial ocorrido na tarde de sexta-feira (7), em Copacabana, não é um episódio isolado, mas mais um reflexo do racismo estrutural que persiste na sociedade brasileira. A agressão verbal contra uma agente da Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP), durante uma operação da Prefeitura, evidencia como o preconceito segue presente, muitas vezes expressado de forma explícita e sem qualquer receio de punição.


O vídeo do incidente, amplamente compartilhado nas redes sociais, mostra a agente questionando a mulher que a insultou. Sem hesitação, a agressora confirma a ofensa racista, como se tivesse plena certeza de sua impunidade. A resposta firme da servidora — “Então vem. Está presa” — simboliza um ato de resistência diante de uma violência que, infelizmente, ainda é cotidiana para muitos brasileiros negros.


A legislação brasileira considera a injúria racial um crime, com pena de reclusão de dois a cinco anos, especialmente após a equiparação ao crime de racismo, que é imprescritível e inafiançável. No entanto, a aplicação da lei ainda enfrenta desafios, e muitos casos sequer chegam ao desfecho adequado na Justiça.


A Prefeitura do Rio afirmou que a operação visava a organização do espaço público, mas o episódio escancara um problema muito maior: a naturalização da ofensa racial no Brasil. A facilidade com que a agressora proferiu o insulto mostra que, para muitos, o racismo ainda não é visto como um crime, mas como um comportamento socialmente aceitável.


A prisão em flagrante da mulher pode ser um sinal de que há mudanças em curso e de que a tolerância ao racismo está diminuindo. No entanto, o verdadeiro combate a esse tipo de crime exige não apenas punições exemplares, mas um compromisso contínuo da sociedade e das instituições para desconstruir a mentalidade racista enraizada em nossa cultura.



 
 
 

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