Instalação de Companhia Independente da PM em Barra Mansa: Medida Eficiente ou Resposta Pontual?
- Marcus Modesto
- 22 de jan.
- 2 min de leitura
A visita do secretário estadual da Polícia Militar, tenente-coronel Marcelo de Menezes, a Barra Mansa nesta quarta-feira (22) trouxe a promessa de instalação de uma Companhia Independente da PM no município. O anúncio ocorre em um momento de aumento da violência, o que levanta questionamentos: a medida representa um plano estruturado e de longo prazo para a segurança pública, ou trata-se apenas de uma resposta emergencial aos recentes episódios criminais?
O encontro reuniu o prefeito Luiz Furlani, o comandante do 28º Batalhão da PM, tenente-coronel Moisés Sardemberg, o secretário municipal de Ordem Pública, Daniel Abreu, vereadores e a imprensa local. Durante a visita ao antigo Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (CRIAAD), no bairro Bom Pastor, o prefeito defendeu o espaço como ideal para a nova unidade, exaltando o apoio do governo estadual.
“Estamos aqui para anunciar medidas concretas para reforçar a segurança pública em Barra Mansa. Nossa cidade não será refém da criminalidade”, declarou Furlani. No entanto, apesar da fala enérgica do prefeito, a população questiona se a instalação dessa nova unidade será suficiente para reverter o cenário de violência ou se será apenas mais um reforço pontual, sem um planejamento efetivo de combate ao crime organizado.
O tenente-coronel Marcelo de Menezes afirmou que a ordem do governador Cláudio Castro é intensificar a proximidade da PM com os municípios e agir com rigor contra o crime. Mas será que apenas o aumento da presença policial resolve o problema? Especialistas em segurança pública apontam que medidas repressivas, sem investimentos estruturais em inteligência, investigação e prevenção, podem resultar apenas em um efeito paliativo, deslocando a criminalidade em vez de combatê-la de forma definitiva.
O secretário municipal de Ordem Pública, Daniel Abreu, destacou que a expectativa é de que a Companhia Independente da PM esteja funcionando ainda em 2025. Segundo ele, a nova unidade permitirá uma resposta mais rápida aos crimes e dificultará a atuação de criminosos na cidade. No entanto, moradores e lideranças comunitárias se perguntam se a presença policial será constante e eficaz ou se, como já ocorreu em outras ocasiões, o reforço diminuirá após os holofotes se apagarem.
A segurança pública em Barra Mansa precisa de mais do que respostas reativas. É fundamental que, além do policiamento ostensivo, haja investimentos em inteligência, tecnologia, integração com a Polícia Civil e políticas públicas para evitar que o crime organizado continue se reestruturando. A instalação da Companhia Independente da PM pode ser um avanço, mas apenas se vier acompanhada de uma estratégia de longo prazo, e não apenas como uma promessa conveniente diante do aumento da violência.

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