Investigação sobre emendas atinge Arthur Lira e pode impactar sua nomeação ministerial
- Marcus Modesto
- 6 de fev.
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), segue com as investigações sobre a possível manipulação de emendas orçamentárias pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O inquérito avança com convocações para depoimentos, incluindo o do deputado José Rocha (União-BA), ex-presidente da Comissão de Integração Nacional da Câmara, que foi ouvido pela Polícia Federal a pedido de Dino.
Segundo Rocha, Lira teria impedido o cumprimento da determinação de Dino para divulgar os nomes dos parlamentares responsáveis pelas emendas propostas por sua comissão. O inquérito tramita sob sigilo, e o próprio deputado afirma não ter acesso à íntegra de seu depoimento.
A investigação pode atrapalhar os planos eleitorais de Lira em Alagoas e dificultar sua possível nomeação na reforma ministerial que o presidente Lula deve promover ainda este mês. O ex-presidente da Câmara é cotado para assumir um ministério no governo federal.
Denúncias sobre o direcionamento de emendas
Em entrevista à Revista Piauí e à colunista Natália Portinari, do UOL, Rocha afirmou que foi afastado do comando da comissão por Lira, que teria determinado a destinação de R$ 320 milhões em emendas para Alagoas.
O deputado também declarou à Folha de S.Paulo que as emendas sob responsabilidade de sua comissão não foram debatidas pelos parlamentares do grupo, e que, por isso, não há atas que comprovem a autoria das indicações. A exigência de transparência sobre os autores das emendas foi um dos motivos que levaram Dino a bloquear R$ 4,2 bilhões em recursos parlamentares.
A decisão do ministro atendeu a uma ação da bancada do PSOL, que apontou irregularidades na destinação das verbas. Para discutir a transparência e a rastreabilidade das emendas, Dino convocou uma audiência para 27 de fevereiro com representantes da Câmara, do Senado e do governo federal.

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