top of page
Buscar

Israel admite erro após ataque que matou 15 paramédicos em Gaza, mas não apresenta provas de ligação com o Hamas

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 6 de abr.
  • 2 min de leitura

O Exército de Israel reconheceu, no último sábado (5), que cometeu um “erro” ao abrir fogo contra um comboio de veículos de emergência no sul da Faixa de Gaza, no dia 23 de março, matando 15 paramédicos. A justificativa? Alguns deles teriam supostas ligações com o Hamas — mas, até agora, nenhuma prova concreta foi apresentada.


O ataque ocorreu perto da cidade de Rafah, quando ambulâncias da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS), um veículo da ONU e um caminhão de bombeiros da Defesa Civil de Gaza se dirigiam a uma área de conflito para resgatar feridos. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), os veículos se aproximaram de forma “suspeita”, no escuro e sem sinalização — versão que foi rapidamente desmentida por imagens obtidas pela imprensa internacional.


Um vídeo gravado por um dos paramédicos mortos, Refat Radwan, e analisado pelo New York Times, mostra que os veículos estavam claramente identificados, com luzes acesas, e os profissionais usavam uniformes reflexivos. As imagens revelam o momento em que o comboio para na estrada e, sem qualquer aviso prévio, os tiros começam. A gravação segue por mais de cinco minutos, captando os últimos momentos de Radwan, que faz uma oração antes de os soldados israelenses se aproximarem dos veículos.


Israel afirma que os soldados haviam atingido momentos antes um carro com três membros do Hamas e que, ao ver as ambulâncias se aproximarem do local, assumiram que estavam sob nova ameaça. A decisão de atirar foi baseada em informações de vigilância aérea, segundo os militares, que agora reconhecem que o comboio não representava uma ameaça.


Em mais uma demonstração da gravidade do incidente, o próprio Exército admitiu que os corpos das vítimas foram enterrados na areia pelos soldados, supostamente para protegê-los de animais selvagens. Os corpos só foram recuperados uma semana depois, após negociações para garantir uma passagem segura à equipe de resgate.


Apesar da alegação de que seis dos paramédicos teriam ligações com o Hamas, o IDF reconhece que todos estavam desarmados no momento do ataque e ainda não apresentou evidências que sustentem suas acusações. Relatos anteriores, inclusive de um paramédico sobrevivente ouvido pela BBC, desmentem qualquer envolvimento dos socorristas com grupos armados.


O Crescente Vermelho Palestino, a ONU e diversas organizações internacionais exigem agora uma investigação independente. O IDF, por sua vez, anunciou que fará um “exame completo” do caso — ainda que incidentes semelhantes no passado tenham terminado em impunidade.


Enquanto isso, cresce a pressão global por mais transparência nas operações militares de Israel em Gaza e pela proteção de civis e trabalhadores humanitários, constantemente em risco em meio a uma guerra que, dia após dia, rompe novos limites éticos e humanitários.





 
 
 

Comments


bottom of page