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Israel libera ajuda humanitária limitada após quase três meses de bloqueio, sob pressão de alerta global sobre fome em Gaza

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura

Após quase três meses de bloqueio total à Faixa de Gaza, o governo de Israel anunciou neste domingo (18) a liberação de uma quantidade limitada de ajuda humanitária ao território palestino — medida que ocorre apenas dias após especialistas internacionais alertarem para o risco iminente de fome em massa entre a população civil.


A decisão, segundo o premiê Benjamin Netanyahu, busca evitar que a crise humanitária comprometa a ofensiva militar israelense em curso. Em vez de responder ao apelo por dignidade e socorro humano, o gesto parece mais alinhado a estratégias de guerra do que a qualquer princípio de compaixão. O gabinete israelense autorizou a entrada de alimentos “básicos”, mas não detalhou quando a ajuda chegará, nem sob quais condições será distribuída.


Desde 2 de março, Israel impôs um bloqueio quase absoluto a Gaza, impedindo a entrada de alimentos, remédios e outros insumos essenciais, enquanto pressionava o Hamas em negociações de cessar-fogo. A trégua que durava dois meses foi rompida com a retomada dos ataques, e as consequências são catastróficas: mais de 100 pessoas foram mortas entre a noite de sábado e a manhã deste domingo, incluindo 18 crianças e 13 mulheres, segundo autoridades de saúde palestinas.


Os bombardeios atingiram inclusive tendas improvisadas e casas de deslocados na região de Khan Younis, no sul do território, elevando o grau de devastação e colapsando ainda mais a frágil estrutura hospitalar. O principal hospital do norte de Gaza foi forçado a fechar as portas.


Embora Israel alegue que busca impedir que a ajuda chegue ao Hamas, organizações humanitárias têm alertado que as restrições impostas impedem qualquer resposta eficaz à crise. “É uma política deliberada de privação”, disseram trabalhadores humanitários, diante da tentativa israelense de impor um novo sistema de distribuição, sem diálogo ou logística funcional.


O anúncio tardio e vago de liberação de ajuda não ameniza a gravidade dos fatos: mais de 2 milhões de civis permanecem cercados, muitos sem acesso regular a água potável, energia elétrica ou cuidados médicos. O uso de necessidades básicas como instrumento de pressão política contraria normas internacionais e representa, na prática, um castigo coletivo — que afeta majoritariamente crianças, mulheres e idosos.



 
 
 

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