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Jovens seguem sendo aliciados pelo tráfico em Barra Mansa: o ciclo que o poder público insiste em ignorar

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 14 de mai.
  • 2 min de leitura

Enquanto as operações policiais seguem seu curso rotineiro nas comunidades de Barra Mansa, uma realidade alarmante continua sendo empurrada para debaixo do tapete: o aliciamento de jovens pelo tráfico de drogas. Os dados mais recentes das ações da Polícia Militar não surpreendem mais ninguém — e esse é justamente o problema. Quatro adolescentes e jovens, com idades entre 16 e 18 anos, foram apreendidos em duas ocorrências distintas nesta terça-feira (13), em bairros já conhecidos pela atuação do crime organizado.


Em Vila Coringa, dois suspeitos foram flagrados com drogas, rádios comunicadores e até um artefato explosivo. Um deles, menor de idade, já é “velho conhecido” da polícia. No bairro Boa Sorte, outro menor foi detido com crack, dinheiro e mais uma sacola escondida com centenas de entorpecentes. A pergunta é inevitável: quantas vezes mais esses jovens precisarão ser encarcerados, feridos ou mortos antes que algo mude?


O problema não é exclusivo de Barra Mansa, mas sua presença no município expõe uma ferida mal curada: a ausência de políticas públicas eficazes de prevenção, inclusão e assistência social. A resposta do Estado continua sendo a mesma — repressão. E a consequência também: adolescentes sendo recrutados por facções como “vapores” (olheiros e soldados do tráfico), arrastados por uma engrenagem criminosa que se alimenta justamente da vulnerabilidade e do abandono institucional.


Não é a polícia quem falha. São os governos, sucessivos, que lavam as mãos enquanto o tráfico ocupa o vácuo deixado por escolas de má qualidade, programas sociais insuficientes e ausência de oportunidades reais de trabalho e cultura nas periferias.


Enquanto o aliciamento juvenil for tratado apenas como caso de polícia, o ciclo continuará. E o próximo jovem a ser grampeado, morto ou preso já está a caminho. Não por escolha, mas por falta dela.


Foto PMERJ


 
 
 

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