Justiça autoriza desbloqueio parcial de contas do delegado Rivaldo Barbosa

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o desbloqueio parcial das contas do delegado Rivaldo Barbosa, permitindo que sua esposa, Érika Araújo, tenha acesso a R$ 18.813,49 por mês. A decisão atende a um pedido da defesa, que alegou dificuldades financeiras da família desde a prisão do delegado.

Preso preventivamente há um ano, Rivaldo Barbosa é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). Ele responde a uma ação penal no STF ao lado do deputado federal Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ), do conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão e de outras duas pessoas. Todos negam envolvimento no crime.

A defesa do delegado argumentou que o bloqueio total de seus bens estava comprometendo as condições financeiras da família, cuja renda depende de sua remuneração. A solicitação incluía a liberação dos salários dos últimos 12 meses e dos pagamentos futuros. Rivaldo Barbosa recebe aproximadamente R$ 29 mil líquidos mensais, enquanto as despesas da família, segundo seus advogados, chegam a R$ 24.890,64 por mês.

A decisão levanta debates sobre os critérios adotados para o bloqueio de bens de réus em investigações criminais. Enquanto muitos cidadãos enfrentam dificuldades financeiras sem qualquer assistência do Estado, a concessão desse valor para a esposa do delegado reforça questionamentos sobre privilégios e desigualdades dentro do sistema de Justiça. O caso segue em julgamento, e a sociedade aguarda respostas concretas sobre um dos crimes políticos mais emblemáticos do país.