Lady Gaga encanta Copacabana e faz história em noite de espetáculo e devoção pop
- Marcus Modesto
- 4 de mai.
- 2 min de leitura
Em um encontro aguardado por mais de uma década, Lady Gaga realizou neste sábado (3) um show histórico na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, reunindo cerca de 2,1 milhões de pessoas, segundo estimativa da RioTur. Foi mais que um show: uma celebração artística que uniu música, performance e emoção em um cenário digno dos maiores eventos culturais do mundo.
Gaga subiu ao palco com 24 minutos de atraso, mas bastou o primeiro acorde de Bloody Mary para transformar a espera em euforia. Vestida em uma estrutura monumental que simulava um vestido vermelho, a cantora foi recebida por uma multidão que tomou não apenas a areia, mas toda a extensão da Avenida Atlântica. Era o começo de uma noite em que o pop encontrou a grandiosidade do espaço público brasileiro.
O repertório mesclou sucessos consagrados, como Judas e Scheiße, com canções do recém-lançado álbum Mayhem. A estreia de “Abracadraba” em solo brasileiro levou o público ao delírio, especialmente quando Gaga apareceu usando as cores da bandeira do Brasil e bradou, em português: “Brasil! Obrigado!”. A resposta foi imediata: uma explosão de vozes, celulares iluminando o céu e fãs em lágrimas.
A performance de Garden of Eden, envolta por luzes verdes e atmosfera etérea, reforçou a proposta estética da nova fase de Gaga — mais espiritualizada, simbólica, e ainda profundamente conectada à pulsação da música eletrônica. Não era apenas um show: era um ritual contemporâneo, em que os fãs, os little monsters, pareciam partilhar de uma fé comum.
A cantora, emocionada, fez um discurso do alto de uma sacada cenográfica. Com uma bandeira do Brasil nas mãos e ajuda de um tradutor, agradeceu a presença do público: “Me sinto profundamente honrada por estar aqui. Essa noite não é só minha, é nossa. É de vocês.”
A apresentação, gratuita, somou potência artística com um simbolismo político e cultural: reafirmou a vocação do espaço público como lugar de encontro e pertencimento, e projetou novamente o Brasil como palco de experiências culturais globais.
Ao final, a sensação era de catarse coletiva — uma multidão extasiada, que transformou um sábado de outono em um marco inesquecível para a música pop.
Foto Reuters

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