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Lula articula reunião com líderes da Câmara após apoio da base à anistia de golpistas

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 17 de abr.
  • 2 min de leitura

Em meio ao desgaste provocado pelo apoio expressivo de parlamentares da base governista ao projeto que propõe anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara uma reunião com lideranças da Câmara dos Deputados para a próxima semana. A informação é do jornal O Globo.


O encontro deve seguir o modelo do jantar promovido no início de abril com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e senadores de diversas siglas. Desta vez, Lula pretende receber o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários, em uma tentativa de reaproximar a base aliada e estancar a crise de articulação política instalada no Palácio do Planalto.


O movimento vem após a apresentação de um pedido de urgência pelo PL — partido do ex-presidente Jair Bolsonaro — para a votação do projeto de lei que concede anistia a réus e condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes. O requerimento recebeu apoio de 262 deputados, ultrapassando o mínimo de 257 assinaturas. O que mais surpreendeu o governo foi que 146 desses parlamentares pertencem a partidos formalmente alinhados à base de Lula.


A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou duramente a adesão de aliados ao requerimento. Segundo ela, muitos não sabiam que a proposta abrange também os organizadores da tentativa de golpe. “Deputado que participa do governo não pode endossar esse tipo de iniciativa, que vai contra os valores democráticos”, afirmou Gleisi, classificando o episódio como “muito ruim” para a coalizão governista.


Entre os que assinaram o requerimento está o líder do PP na Câmara, Professor Luizinho (RJ), nome próximo do centrão e que deve estar entre os convidados da reunião com Lula. A presença de representantes de partidos influentes e bancadas estratégicas é vista como essencial para conter o avanço de pautas que contrariam a agenda do governo.


A articulação ocorre também em um momento de transição na condução política do Executivo. Com a substituição de Alexandre Padilha por Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais, o Planalto busca construir um canal mais direto e firme com o Congresso, especialmente diante da crescente pressão de setores conservadores no Legislativo.


A expectativa no Planalto é de que o encontro sirva como um freio institucional à proposta de anistia, que enfrenta forte resistência de setores democráticos da sociedade civil e da base lulista. Ao mesmo tempo, Lula tenta reforçar a coesão do governo num cenário de instabilidade política e risco de perda de controle da pauta legislativa.



 
 
 

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