Lula chega à China e reforça papel do Brasil como elo estratégico entre Ásia e América Latina
- Marcus Modesto
- 11 de mai.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Pequim na tarde deste sábado (10), pelo horário de Brasília, para uma visita oficial que marca um novo capítulo nas relações entre Brasil e China. Em meio a um cenário internacional polarizado, a viagem é vista como um esforço diplomático para posicionar o Brasil como um interlocutor relevante entre o Oriente e o Ocidente — e especialmente entre o Sul Global.
A visita de Lula tem como eixo central sua participação no IV Fórum China-Celac, que reunirá representantes da América Latina, do Caribe e do governo chinês em debates voltados à integração política e econômica dos continentes. O presidente brasileiro terá papel de destaque: fará o discurso de abertura do fórum, na próxima terça-feira (13), e participa antes, na segunda (12), do encerramento do Seminário Empresarial China-Brasil, onde a pauta comercial ganha protagonismo.
Além do fórum, a agenda inclui encontros bilaterais com importantes autoridades chinesas. Lula se reunirá com o presidente Xi Jinping, com o primeiro-ministro Li Qiang e com Zhao Leji, presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular. O governo brasileiro prevê a assinatura de ao menos 16 acordos durante a missão, envolvendo temas como tecnologia, infraestrutura, transição energética e comércio. Outros 32 atos ainda estão em negociação.
Para o Itamaraty, a visita tem duplo valor: aprofunda a cooperação com o maior parceiro comercial do Brasil e eleva a estatura internacional de Lula em um momento de transição na ordem global. O presidente tem se apresentado como uma voz moderadora capaz de dialogar com diferentes polos de poder — especialmente em tempos de crescente tensão entre China e Estados Unidos.
Desde o início do atual mandato, este será o terceiro encontro entre Lula e Xi Jinping, sinalizando não apenas um avanço institucional, mas também uma relação pessoal em construção. A presença frequente do Brasil em fóruns asiáticos e multilaterais reforça a estratégia de diversificação diplomática do Planalto, que aposta na autonomia e no multilateralismo como caminhos para fortalecer a posição brasileira no cenário global.
A expectativa é que a visita consolide o Brasil como ponte entre a Ásia e a América Latina, não apenas no campo econômico, mas também na articulação política de temas como meio ambiente, paz, segurança alimentar e novas tecnologias.

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