Lula troca comando do Ministério das Mulheres e amplia reforma ministerial em 2025
- Marcus Modesto
- 5 de mai.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou nesta segunda-feira (5) a saída da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e nomeou para o cargo a assistente social Márcia Lopes, também filiada ao PT. A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União, confirmando a informação antecipada pela Folha de S.Paulo.
A troca já vinha sendo cogitada nos bastidores desde o início do ano e ganhou força após a ausência da primeira-dama, Janja da Silva, em um evento da ONU em março, no qual Cida representava o governo. O gesto foi interpretado como sinal de distanciamento e reforçou especulações sobre a saída da ministra.
Márcia Lopes tem trajetória consolidada no campo das políticas sociais. Ex-ministra do Desenvolvimento Social no segundo mandato de Lula, ela atuou mais recentemente na equipe de transição do atual governo, coordenando o grupo técnico de assistência social. Sua chegada ao Ministério das Mulheres é vista como um retorno ao núcleo histórico petista, com perfil técnico e forte alinhamento ideológico à pauta de equidade de gênero.
Cida Gonçalves, que enfrentava crescente desgaste político, reuniu-se com o presidente na última sexta-feira (2), em um encontro considerado protocolar e que selou sua saída da Esplanada. A ex-ministra vinha sendo criticada por setores do governo e aliados por dificuldades de articulação e baixa visibilidade institucional.
A mudança no Ministério das Mulheres ocorre no mesmo dia em que Carlos Lupi (PDT) deixou o comando da Previdência Social, após desgaste relacionado a denúncias de descontos indevidos em aposentadorias e benefícios do INSS. No lugar de Lupi, assume o então secretário-executivo da pasta, Wolney Queiroz (PDT-PE), ex-deputado federal.
Com as saídas de Cida e Lupi, o governo Lula contabiliza seis trocas ministeriais apenas em 2025, e onze desde o início do atual mandato. Já foram substituídos ministros das pastas da Comunicação Social, Comunicações, Relações Institucionais e Saúde.
As mudanças refletem uma tentativa do presidente de reorganizar o núcleo do governo, ajustar a máquina pública e realinhar a base aliada em meio a pressões políticas, críticas de desempenho e crises administrativas.

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