Lula viaja a Honduras para a Cúpula da Celac e defenderá candidatura latino-americana à liderança da ONU
- Marcus Modesto
- 8 de abr.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta terça-feira (8) para Tegucigalpa, capital de Honduras, onde participará da 9ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O bloco reúne 33 países da região e atua como um importante fórum de diálogo político e cooperação entre nações latino-americanas e caribenhas.
Lula deve chegar a Honduras por volta das 20h, partindo de São Paulo. Logo após o desembarque, o presidente participa de um coquetel com chanceleres e demais chefes de Estado. A cúpula em si ocorrerá na quarta-feira (9), com foco na integração regional e em temas de interesse comum entre os países membros.
De acordo com o Itamaraty, o Brasil levará à mesa uma proposta estratégica: a articulação de uma candidatura única da América Latina ao cargo de secretário-geral da ONU, que ficará vago no próximo ano. Embora não exista uma norma formal, é tradicional que o posto máximo da diplomacia global respeite uma rotatividade entre os continentes. Segundo o governo brasileiro, é chegada a vez da América Latina.
Lula também deve propor que a candidatura latino-americana seja feminina, e dois nomes já despontam como possíveis opções: a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, e a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet.
A programação do encontro inclui ainda debates sobre o relacionamento do bloco com parceiros externos — como a China e a União Europeia — e temas sensíveis, como a deportação de migrantes latino-americanos pelos Estados Unidos. Já as novas tarifas comerciais impostas por Donald Trump na última semana não devem ser pauta central, uma vez que a declaração final da cúpula foi praticamente fechada com antecedência.
Além das discussões multilaterais, Lula deve manter reuniões bilaterais com presidentes e ministros de outros países da região. Ao final da quarta-feira, participará da cerimônia de transferência da presidência temporária da Celac, que sai das mãos de Honduras e passará oficialmente para a Colômbia.
A participação de Lula reforça a retomada do protagonismo diplomático do Brasil na América Latina e evidencia o esforço do governo federal em articular uma presença mais forte nos fóruns multilaterais.

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