Máfia dos reboques: vereador de Barra do Piraí cobra CPI da Alerj e denuncia abusos contra motorista
- Marcus Modesto
- 17 de mai.
- 2 min de leitura
Luiz Felipe Ludi exige apuração das irregularidades no município e critica atuação de empresas conveniadas ao Detro-RJ
A população de Barra do Piraí parece ter encontrado uma voz diante do que muitos já chamam de “indústria da apreensão”. O vereador Luiz Felipe Ludi encaminhou um ofício à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Máfia dos Reboques da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), cobrando que os desdobramentos da investigação se estendam ao município, onde motoristas também estariam sendo vítimas de abusos.
“População de Barra do Piraí, nós também não estamos satisfeitos com os resultados dessa máfia dos reboques que insiste em perdurar no estado do Rio de Janeiro, inclusive em nosso próprio município. Nossos motoristas também são vítimas desses abusos com blitzes atrás de blitzes, apreensões abusivas e limitação em nosso direito de ir e vir”, declarou o parlamentar.
O ofício foi enviado na última terça-feira (13), após o anúncio da suspensão dos reboques conveniados ao Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro-RJ), determinada pela CPI. Para Ludi, a medida é uma resposta importante, mas ainda tímida diante da gravidade do problema enfrentado por condutores da cidade.
Na quinta-feira (15), o vereador também esteve no pátio da empresa responsável pela guarda e leilão de veículos apreendidos em Barra do Piraí. O objetivo foi verificar in loco se há respeito à legislação e às normas de funcionamento do serviço, que vem sendo alvo de críticas constantes por parte da população.
A prefeita de Barra do Piraí, Katia Miki, manifestou apoio público à atuação do vereador. Em entrevista a uma rádio local, afirmou que o trabalho de Ludi “é fundamental” e garantiu que a prefeitura não permitirá que os cidadãos continuem sendo prejudicados por práticas irregulares. “Estamos unidos pelo bem da população do nosso município”, disse.
A CPI da Máfia dos Reboques foi instaurada pela Alerj em 2023, após uma série de denúncias envolvendo irregularidades nos serviços de remoção, guarda e leilão de veículos em todo o estado. A comissão é presidida pelo deputado Alan Lopes (PL), com Felipe Poubel (PL) como vice-presidente e Rodrigo Amorim (União) como relator.
Na reunião mais recente, realizada no mesmo dia 13, os deputados aprovaram a convocação — com condução coercitiva — de quatro prestadores de serviços terceirizados de reboque, que deverão prestar esclarecimentos em audiência marcada para o próximo dia 23.
“Parabenizo os deputados da Alerj que se empenharam para suspender esses contratos que há muito tempo penalizam os condutores fluminenses. Nós, de Barra do Piraí, não podemos mais aceitar esse tipo de abuso como se fosse parte da rotina. Estamos ao lado da população”, concluiu Ludi.
O enfrentamento à chamada máfia dos reboques é um passo necessário diante de um sistema que, em nome da legalidade, muitas vezes alimenta a arbitrariedade. O que se espera agora é que a ação política se transforme em medidas concretas para proteger quem mais precisa: o cidadão comum.

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