Megaoperação da Polícia Civil prende 675 foragidos em SP e expõe reincidência criminal
- Marcus Modesto
- 1 de mai.
- 2 min de leitura
A Polícia Civil de São Paulo prendeu 675 pessoas com mandados de prisão em aberto durante uma das maiores ações repressivas já realizadas no estado. Batizada de Operação Rastreio, a ofensiva foi deflagrada entre a terça-feira (29) e a manhã desta quarta-feira (30), com a participação de mais de 2.500 policiais em dezenas de cidades paulistas.
A operação teve como alvo acusados de crimes graves como homicídio, estupro, roubo, tráfico de drogas e associação criminosa. Além das prisões por mandado, outras 108 pessoas foram presas em flagrante, a maioria por envolvimento com o tráfico de entorpecentes.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o planejamento da ação envolveu um levantamento minucioso de 1.080 alvos, incluindo endereços e rotinas de foragidos. Embora parte dos procurados ainda não tenha sido localizada, a operação é considerada um sucesso pelas autoridades.
O secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, afirmou que 47% dos presos são reincidentes, o que reacendeu o debate sobre endurecimento da legislação penal. “Essas prisões seriam suficientes para lotar uma penitenciária. Precisamos repensar o tratamento dado aos criminosos reincidentes e autores de crimes violentos”, declarou.
Derrite defendeu restrições ao acesso à audiência de custódia, propondo que apenas réus primários, não envolvidos em crimes hediondos ou com violência, tenham esse direito garantido. Ele também criticou o entendimento atual do Supremo Tribunal Federal (STF) que limita o tempo de cumprimento de penas em regime fechado. “Se não pode 100%, que se cumpra 99% da pena”, afirmou.
Entre os casos destacados pela Polícia Civil, está a prisão de cinco integrantes de uma quadrilha especializada em furtos de alto impacto financeiro, responsável por um prejuízo de R$ 3 milhões a um salão de beleza de luxo nos Jardins, em São Paulo. Três dos detidos tinham antecedentes criminais.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, alguns dos presos tinham vínculos com facções criminosas e eram procurados por crimes cometidos fora de São Paulo.
A Operação Rastreio terá novas fases nas próximas semanas, com foco no combate ao crime organizado e à evasão penal. A SSP considera a ofensiva estratégica para reforçar a segurança pública e enfraquecer a atuação de redes criminosas no estado.

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