Mercado reage com forte aversão ao risco: dólar dispara e bolsas desabam com temor de guerra comercial

O dólar opera em forte alta nesta segunda-feira (7), refletindo o aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais. Por volta das 10h30, a moeda americana era negociada a R$ 5,90, com valorização de 1,13%. O cenário global deteriorou-se desde a última quarta-feira (2), quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas de importação entre 10% e 50% para produtos de mais de 180 países.

A situação se agravou com a retaliação da China na sexta-feira (4), impondo tarifas de 34% sobre produtos americanos. Agora, o mercado teme que a União Europeia também adote medidas semelhantes, iniciando uma possível guerra comercial global.

Impactos nos mercados

As bolsas globais registram fortes perdas. A bolsa de Hong Kong caiu 13,22%, enquanto o índice CSI 1000, da China, recuou 11,39%. Na Europa, o Euro Stoxx 50 operava com baixa de 3,83%. No Brasil, o Ibovespa caía 1,86% pela manhã, aos 124.890 pontos.

Resumo do mercado (até 10h30 de 07/04):

Índice Valor Atual Variação no Dia Semana Mês Ano

Dólar (R$) R$ 5,9015 +1,13% +1,32% +2,27% -5,57%

Ibovespa 124.890 pts -1,86% -3,52% -2,31% +5,80%

O que está em jogo?

O plano tarifário dos EUA impacta principalmente Ásia, Oriente Médio e Europa, com taxas que ultrapassam 40% em alguns casos. Especialistas alertam que as medidas podem:

• Aumentar a inflação global;

• Elevar custos de produção;

• Reduzir o comércio e o consumo;

• Desencadear uma recessão mundial.

Além disso, a China anunciou que vai restringir a exportação de terras raras — minerais essenciais para a indústria tecnológica — para os EUA, o que agrava ainda mais a tensão entre as potências.

Segundo o analista financeiro Vitor Miziara, “com tarifa no mundo inteiro, tudo fica mais caro até que o comércio global pare”. Essa perspectiva impulsiona o dólar e derruba os mercados acionários.