Ministro da Saúde vacina lideranças indígenas no Acampamento Terra Livre e reforça importância da imunização
- Marcus Modesto
- 9 de abr.
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta quarta-feira (9) do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, a maior mobilização indígena do país, para reforçar a importância da vacinação entre os povos originários. Médico de formação, Padilha vacinou pessoalmente lideranças indígenas e integrantes do governo federal contra a gripe, como forma simbólica de incentivo à campanha nacional de imunização.
“Aproveitamos o Acampamento Terra Livre para dar visibilidade para esse ato”, afirmou o ministro, logo após imunizar a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, o secretário nacional de Saúde Indígena, Ricardo Weibe Tapeba, a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) e Alberto Terena, coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), entre outras lideranças.
A ação faz parte da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, iniciada na última segunda-feira (7) nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul. Na Região Norte, a campanha será realizada no segundo semestre, durante o inverno amazônico, período mais propício para a imunização local.
Vacinação indígena como prioridade
Padilha destacou que os povos indígenas estão entre os grupos prioritários da campanha, dada sua vulnerabilidade e os desafios de acesso à saúde em muitos territórios. “Proteger a vida dos povos indígenas é proteger a diversidade do Brasil. E a vacina é uma das principais formas de proteção. Por isso, o Ministério da Saúde garante vacinas para todos os distritos sanitários indígenas do país”, reforçou.
O público-alvo da campanha inclui, além de indígenas, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, idosos, gestantes, puérperas, professores, profissionais da saúde, das forças de segurança, caminhoneiros, pessoas em situação de rua, entre outros grupos de risco.
Mês da Vacinação dos Povos Indígenas começa em abril
O ministro também anunciou que, a partir de 25 de abril, o governo dará início ao Mês da Vacinação dos Povos Indígenas. A iniciativa, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), pretende intensificar a aplicação de todas as vacinas do Calendário Nacional de Imunização em comunidades indígenas de todo o país, incluindo regiões de difícil acesso.
“Vamos fazer uma grande mobilização para garantir que todos, inclusive os mais isolados, recebam a vacina. Isso envolve helicópteros, aeronaves, cadeia de frio com energia solar e profissionais espalhados por todos os territórios”, explicou Padilha.
Desafios: fake news e logística
Apesar do reforço nas campanhas, o ministro reconheceu dois grandes desafios: o combate à desinformação e a complexidade logística.
“Infelizmente, as fake news, o negacionismo e discursos antivacina chegaram até comunidades indígenas e até mesmo a profissionais de saúde. São ações de pessoas que não se importam com a vida dessas populações”, alertou. Segundo ele, enfrentar esse cenário será fundamental para o sucesso da campanha.
Sobre a estrutura de atendimento, Padilha afirmou que hoje todos os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) contam com médicos, o que fortalece as ações de saúde pública nas aldeias.
O Acampamento Terra Livre reúne milhares de indígenas de diferentes etnias e regiões do Brasil e está em sua 20ª edição, promovendo debates e reivindicações sobre direitos, territórios, cultura e políticas públicas.

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