Moraes nega pedido de Bolsonaro e mantém ação sobre tentativa de golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para suspender a ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Os advogados alegaram que não tiveram acesso integral às provas reunidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, além de solicitarem o adiamento do interrogatório de Bolsonaro até que todas as testemunhas dos demais núcleos do inquérito fossem ouvidas. Moraes, no entanto, afirmou que a defesa teve acesso a todos os documentos relevantes já anexados ao processo e que não houve justificativa válida para o adiamento.

O ministro também destacou que a própria defesa arrolou apenas 15 testemunhas, apesar de ter o direito de indicar até 40, e ainda desistiu de seis delas. Moraes ressaltou que a ação penal está em curso e que os interrogatórios dos réus, incluindo Bolsonaro, seguem mantidos para a próxima semana.

Bolsonaro é um dos oito réus do chamado “núcleo 1”, considerado o centro das decisões da tentativa de golpe. Ele responde por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Com a decisão, o Supremo mantém o cronograma do processo e reafirma o compromisso de acelerar a apuração dos fatos relacionados ao episódio que ameaçou a democracia brasileira.