No quarto dia de greve de fome, Glauber Braga recebe apoio de ministro e de Marco Nanini na Câmara

No quarto dia consecutivo de greve de fome, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) recebeu neste domingo (13) a visita do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, e do ator Marco Nanini. O encontro aconteceu no Plenário 5 da Câmara dos Deputados — o mesmo local onde, na semana passada, o Conselho de Ética aprovou por 13 votos a 5 o parecer favorável à cassação do mandato do parlamentar.

Desde a última quarta-feira (9), Glauber permanece em protesto, sem se alimentar, em repúdio ao que considera uma perseguição política promovida por seus adversários dentro do Parlamento.

— Essas visitas dos ministros são muito importantes para dar visibilidade à perseguição política que está acontecendo aqui na Câmara dos Deputados com esse processo de cassação — afirmou o deputado.

Márcio Macêdo é o terceiro integrante do governo Lula a visitar Glauber desde o início da greve. No sábado (12), os ministros Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), já haviam demonstrado solidariedade.

— Eu acredito na democracia. Mandato popular é coisa séria, deve ser respeitada a vontade do povo. Espero que a Câmara possa rever esse processo e que você [Glauber] possa continuar exercendo seu papel — declarou Márcio Macêdo durante a visita.

De acordo com a assessoria de Glauber, até as 10h deste domingo o deputado havia ingerido apenas dois copos de soro e três copos de água. Seu estado clínico é considerado estável, com peso de 88,2 kg.

— Estou me sentindo bem psicologicamente e fisicamente — afirmou o parlamentar.

O processo de cassação ainda precisa passar por votação no plenário da Câmara, o que depende da decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), em pautar o tema. Glauber afirma que manterá a greve de fome até que o caso seja apreciado pelos deputados.

A acusação contra ele é de quebra de decoro parlamentar, após um episódio ocorrido em abril, no qual Glauber expulsou com chutes o militante Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL), das dependências do Congresso Nacional. A defesa alega que o deputado agiu em legítima defesa, diante de provocações, e classificou o parecer do Conselho de Ética como fruto de uma “articulação golpista”.

Glauber reafirmou que permanecerá no Congresso, sem se alimentar, até o desfecho do caso.