Nomeação de Robert Kennedy Jr.: Um Retrocesso para a Saúde Pública dos EUA
- Marcus Modesto
- 13 de fev.
- 2 min de leitura
O Senado dos Estados Unidos confirmou Robert Kennedy Jr. como secretário da Saúde do governo Trump em uma votação apertada de 52 a 48. A escolha é alarmante, considerando o histórico de Kennedy Jr., conhecido por disseminar desinformação sobre vacinas e saúde pública.
Ao longo dos anos, Kennedy Jr. se tornou um dos principais defensores de teorias da conspiração sobre imunização, alegando falsamente que algumas vacinas estão ligadas ao autismo – uma afirmação amplamente desacreditada pela ciência. Sua nomeação o coloca no comando de um orçamento de US$ 1,7 trilhão e de órgãos essenciais como o FDA e o CDC, justamente as instituições que deveriam combater a desinformação e promover políticas baseadas em evidências científicas.
A confirmação de Kennedy Jr. no cargo também levanta preocupações sobre conflitos de interesse. Durante sua sabatina no Senado, legisladores questionaram se ele poderia modificar diretrizes de vacinação para atender a sua própria agenda ideológica. Embora tenha prometido restaurar a confiança nas agências de saúde, suas ações passadas sugerem o oposto: plataformas como Facebook e Instagram já removeram contas ligadas a ele devido à disseminação de informações falsas.
Além disso, sua ascensão ao governo Trump aprofunda as divisões dentro de sua própria família. Enquanto Kennedy Jr. abandonou o Partido Democrata e aderiu ao discurso trumpista, seus parentes reafirmaram apoio à candidata democrata Kamala Harris, evidenciando o isolamento de suas posições extremistas.
Colocar um negacionista da ciência no comando da saúde pública dos Estados Unidos é uma decisão perigosa. A questão agora não é apenas política, mas de saúde e segurança coletiva. Resta saber até que ponto Kennedy Jr. usará sua nova posição para minar políticas essenciais de vacinação e outras medidas de saúde pública, colocando em risco milhões de vidas.

Comments