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Nova Escalada na Guerra Comercial: China Responde às Tarifas de Trump com Retaliação Econômica

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 4 de fev.
  • 3 min de leitura

Internacional:

A guerra comercial entre China e Estados Unidos voltou a esquentar. Nesta terça-feira (4), Pequim anunciou novas tarifas sobre produtos americanos em resposta às taxações impostas pelo presidente Donald Trump. A medida intensifica o conflito entre as duas maiores economias do mundo, aprofundando incertezas nos mercados globais e aumentando o risco de uma crise econômica mais ampla.


O governo chinês aplicará taxas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito (GNL) dos EUA e 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e automóveis. A decisão, que entra em vigor em 10 de fevereiro, é um claro contra-ataque às tarifas adicionais de 10% impostas pelos EUA sobre importações chinesas, justificadas por Trump sob a alegação de que Pequim não estaria fazendo o suficiente para conter o fluxo de drogas ilícitas para os Estados Unidos.


Reação Chinesa Além das Tarifas


Além dos impostos sobre produtos americanos, a China também lançou medidas de retaliação no setor corporativo. O governo chinês anunciou uma investigação antitruste contra a Alphabet Inc., controladora do Google, e incluiu as empresas PVH Corp (dona da Calvin Klein) e Illumina (biotecnologia) em sua “lista de entidades não confiáveis”. A mensagem é clara: Pequim não aceitará passivamente as sanções de Washington e está disposta a usar seu poder econômico para responder.


Enquanto isso, Trump optou por aliviar a pressão sobre México e Canadá, suspendendo no último minuto uma ameaça de tarifa de 25% contra os países vizinhos. No entanto, a postura com relação à China continua intransigente. Um porta-voz da Casa Branca confirmou que não há planos para uma conversa entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping nos próximos dias, indicando que a tensão deve se prolongar.


Impactos na Economia Global


O efeito imediato desse novo capítulo da guerra comercial é a ampliação da instabilidade nos mercados. A Oxford Economics já reduziu sua previsão de crescimento para a China, alertando que a disputa pode levar a novas taxações. Além disso, o economista sênior Gary Ng, do banco Natixis, afirmou que mesmo um possível acordo entre EUA e China não significaria o fim das tarifas, que podem continuar sendo utilizadas como ferramenta política, criando um cenário de volatilidade permanente.


Trump, por sua vez, não recua. Ele advertiu que poderá impor tarifas ainda mais altas caso a China não interrompa o envio de fentanil para os EUA, um opioide sintético altamente viciante e associado a uma grave crise de overdose no país. Pequim rejeita a acusação, classificando o fentanil como um problema interno dos EUA, e já sinalizou que pretende contestar as sanções na Organização Mundial do Comércio (OMC), além de adotar novas contramedidas.


Sem Solução à Vista


A guerra comercial iniciada por Trump em 2018, sob o pretexto de reduzir o déficit comercial dos EUA com a China, já desestruturou cadeias de suprimento globais e prejudicou diversos setores da economia mundial. Embora o presidente americano tenha obtido algumas concessões em acordos parciais, a disputa persiste e pode se agravar ainda mais conforme novas sanções forem aplicadas.


Diferente das negociações com México e Canadá, onde Trump conseguiu avanços sem precisar de confrontos prolongados, o embate com a China se mostra muito mais complexo, tanto do ponto de vista econômico quanto político. Nenhum dos lados parece disposto a ceder, e a continuidade desse conflito pode gerar

impactos ainda mais profundos na economia global nos próximos meses.



 
 
 

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