Nova função do Pix promete revolucionar pagamentos no Brasil
- Marcus Modesto
- 12 de fev.
- 3 min de leitura
A partir do dia 28, o Pix ganhará uma nova funcionalidade que promete tornar os pagamentos ainda mais rápidos e práticos. Com a novidade, será possível realizar transações por aproximação ou biometria, sem precisar acessar o aplicativo do banco. A expectativa é que esse avanço impulsione tanto o comércio físico quanto o digital, tornando o Pix um concorrente ainda mais forte frente aos cartões e ao dinheiro em espécie.
A atualização permitirá que o Pix seja integrado a carteiras digitais, possibilitando pagamentos por aproximação nas maquininhas, como já acontece com cartões de débito e crédito. No comércio eletrônico, a finalização da compra será simplificada para um único clique, eliminando a necessidade de escanear QR Codes ou utilizar o método “Pix Copia e Cola”.
Como vai funcionar
Desde novembro, a funcionalidade tem sido testada por um grupo seleto de usuários e por algumas das principais instituições financeiras do país. No lançamento oficial, os bancos terão que liberar as transações iniciadas por intermediadores de pagamento (ITPs), como carteiras digitais e plataformas de e-commerce. No entanto, a adoção do Pix por aproximação será opcional para bancos, carteiras digitais e maquininhas, cabendo ao mercado decidir sua adesão.
O Banco Central recomenda que os clientes consultem suas instituições financeiras para verificar se a funcionalidade já estará disponível no dia do lançamento.
Google sai na frente; Apple fica de fora
Usuários de Android poderão utilizar a nova função por meio do Google Pay, que já iniciou testes com clientes de C6 Bank, Itaú (via Rede) e PicPay. Além disso, grandes redes de maquininhas, como Cielo, Getnet, Mercado Pago e PagBank, já firmaram parceria para aceitar pagamentos por aproximação com Pix.
Já a Apple, que por muito tempo bloqueou o uso de carteiras digitais concorrentes no iPhone, não solicitou licença ao Banco Central para atuar como iniciador de pagamentos. Dessa forma, usuários de iOS ainda não terão acesso ao Pix por aproximação.
Segurança reforçada
Para utilizar o novo recurso, os usuários precisarão cadastrar previamente suas chaves Pix nas carteiras digitais ou em plataformas de e-commerce. Além disso, cada transação exigirá autenticação via biometria, reconhecimento facial, senha ou chave de segurança, garantindo mais proteção contra fraudes.
— O Pix por biometria adiciona uma camada extra de segurança, reduzindo o risco de golpes e fraudes — explica Gustavo Lino, presidente da Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento (Init).
Impacto no comércio
Com o novo sistema, o Pix tem potencial para crescer ainda mais no comércio, eliminando barreiras que dificultavam seu uso em lojas físicas e online. Atualmente, 45% das transações com Pix ocorrem entre pessoas, enquanto sua presença no varejo ainda é limitada devido ao número de etapas necessárias para concluir uma compra.
Para especialistas, o novo Pix facilitará pagamentos em supermercados, transporte público e até feiras, tornando-o uma alternativa ainda mais viável ao dinheiro e aos cartões.
— Hoje, pagar com Pix exige paciência. São muitas etapas que tornam a experiência menos fluida que a do cartão. Agora, isso deve mudar — afirma Boanerges Freire, especialista em serviços financeiros.
Segundo o Banco Central, os pagamentos por aproximação já representam 65% das transações presenciais com cartão, e a expectativa é que o Pix siga essa tendência.
Pix ganha força e pode baratear pagamentos
Com a nova funcionalidade, lojistas poderão reduzir custos operacionais, já que as taxas do Pix são menores que as dos cartões de crédito e débito. Segundo Murilo Rabusky, diretor da fintech Lina Open X, o Pix por aproximação não deve gerar custos adicionais para os comerciantes, além das taxas já praticadas.
Para Albert Morales, da Belvo, essa economia pode levar a um cenário onde o débito perca relevância, com comerciantes oferecendo descontos para incentivar pagamentos via Pix.
— Com a aceitação do Pix por aproximação, o dinheiro em espécie e o cartão de débito tendem a perder espaço no mercado — prevê Morales.
O Pix já é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, com mais de 16 bilhões de transações no terceiro trimestre de 2024. Com a nova funcionalidade, sua presença no comércio pode crescer ainda mais, consolidando-o como a principal ferramenta de pagamentos do país.

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