O Escândalo da Carne Podre: Investigação Revela Fraude Nacional
- Marcus Modesto
- 24 de jan.
- 2 min de leitura
Uma investigação sobre a carne submersa durante a enchente histórica no Rio Grande do Sul revelou um esquema chocante de fraude alimentar. A empresa Tem Di Tudo Salvados, com sede em Três Rios (RJ), comercializou toneladas de carne deteriorada como se fossem produtos de alta qualidade e originários do Uruguai.
A fraude envolveu a lavagem da carne para remover resíduos de lama e a reembalagem em pacotes que simulavam uma marca uruguaia. O material, que deveria ter sido transformado em ração animal, foi vendido para consumo humano. O mesmo frigorífico que vendeu as 800 toneladas de carne podre acabou recebendo parte do lote de volta, sem saber da origem fraudulenta.
A descoberta do esquema ocorreu quando um frigorífico de Nova Iguaçu, que havia adquirido a carne, percebeu que estava comprando de volta o mesmo lote que havia sido considerado impróprio para consumo. O produto foi rastreado até Minas Gerais e, ironicamente, parte dele retornou ao Rio Grande do Sul, onde tinha ficado submerso por meses.
Prisão e Material Apreendido
Quatro pessoas foram presas até o momento. Durante as buscas na Tem Di Tudo Salvados, a polícia encontrou centenas de caixas de medicamentos vencidos, testes de Covid expirados, cigarros e produtos de beleza em condições impróprias. Todo o material foi inutilizado com cloro e descartado.
Segundo a Delegacia do Consumidor (Decon), a carne estragada foi distribuída para açougues e mercados de todo o país. O delegado Wellington Vieira destacou que a fraude colocou em risco a vida de milhares de consumidores:
“Temos informações de que a carne foi maquiada para esconder a deterioração causada pela lama e pela água acumulada no frigorífico da capital gaúcha. Foram 32 carretas transportando esse material para diversos destinos no Brasil.”
Lucro Milionário com Carne Podre
A investigação também revelou o enorme lucro gerado pelo esquema. Segundo a polícia, a empresa comprou as 800 toneladas de carne estragada por apenas R$ 80 mil, enquanto o valor da carne em boas condições era estimado em R$ 5 milhões — um lucro de 1.000%.
Os envolvidos podem responder por crimes como associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com desdobramentos em diversas regiões do país. Enquanto isso, as autoridades seguem rastreando as notas fiscais para identificar os demais compradores e evitar que mais consumidores sejam expostos a esse risco alarmante.
Foto internet

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