O genocídio tem que parar: Israel avança em Gaza com sangue nos olhos e sem plano de paz
- Marcus Modesto
- 5 de mai.
- 2 min de leitura
O governo de Israel deu mais um passo no aprofundamento de uma tragédia histórica ao aprovar a expansão da guerra em Gaza. A nova fase da ofensiva militar, batizada de forma pomposa de “Operação Carruagens de Gideão”, escancara o que muitos analistas, juristas e lideranças internacionais já chamam pelo nome que tem: genocídio. São mais de 52 mil palestinos mortos — homens, mulheres e crianças — em uma campanha que combina bombardeios indiscriminados, deslocamento forçado da população civil e cerco sistemático a um território em ruínas.
A justificativa oficial segue a cartilha de sempre: desmantelar o Hamas, garantir a segurança de Israel, libertar os reféns. Mas o que se vê é um país que, ao invés de buscar soluções políticas, escolhe aprofundar o sofrimento humano. A proposta absurda de “emigração voluntária” dos palestinos — rejeitada inclusive por Jordânia e Egito — revela uma tentativa velada de limpeza étnica. Não é exagero. É o que mostram os fatos.
Netanyahu fala em “entrada forçada” e celebra a proximidade de uma suposta “linha de chegada”, como se guerra fosse corrida e sangue derramado fosse medalha. Enquanto isso, o Fórum das Famílias dos Reféns denuncia a troca de vidas por território. A comunidade internacional — ainda tímida e cautelosa — começa a elevar o tom, mas o massacre continua. O bloqueio total, a militarização da ajuda humanitária e a recusa de Israel em negociar um cessar-fogo demonstram que o governo não quer apenas derrotar o Hamas. Quer controlar Gaza, custe o que custar.
A ONU, o Conselho Norueguês para Refugiados, a União Europeia: todos alertam para a catástrofe humanitária em curso. Mas os tanques avançam. A diplomacia falha. A inércia da comunidade internacional alimenta o ciclo de violência. E os mortos se acumulam, silenciados sob os escombros.
O povo palestino não é o Hamas. E o povo israelense, como mostram as pesquisas, começa a rejeitar a guerra. A maioria quer paz, quer acordo, quer vida. Mas é refém de um governo obcecado por controle e vingança.
Chegou a hora de chamar o que está acontecendo pelo nome certo. Não é apenas guerra. É um massacre prolongado. É um projeto de extermínio. É genocídio.
E ele precisa parar. Agora.

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