O Rio está entregue ao crime: moradores do Batan vivem sob regras impostas por traficantes
- Marcus Modesto
- 16 de jan.
- 1 min de leitura
Estado:
Na comunidade do Batan, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, moradores e motoristas de aplicativos estão proibidos de circular com os vidros dos carros fechados ou usando capacetes. A determinação não veio das autoridades, mas sim de criminosos que dominam a região. Uma faixa afixada no local e assinada pelo grupo autodenominado “Os Crias” deixa claro quem dita as regras.
A imposição também se estende a motociclistas, que devem trafegar sem capacete para facilitar a identificação. “Atenção Uber e moradores: proibido andar com os vidros fechados e com capacete. Assinado: Os Crias”, diz a faixa.
Crime substitui o Estado
A comunidade do Batan está sob domínio do Comando Vermelho (CV), uma das principais facções criminosas do Rio. O grupo, além de impor normas que vão contra a lei, recebe apoio de parte dos moradores. Em redes sociais, alguns internautas defendem a medida sob a justificativa de que isso evitaria mortes por engano durante confrontos.
“Se todas as comunidades fizessem isso, não morreriam tantos inocentes. Baita iniciativa dos Crias”, comentou um usuário. Outro afirmou: “Eles não proíbem nada, só impõem a ordem que o Estado deveria impor.”
Desrespeito à lei
A norma imposta pelos criminosos, além de evidenciar a falência do poder público na segurança, fere diretamente o Código de Trânsito Brasileiro. Trafegar de moto sem capacete é infração gravíssima, sujeita a multa e perda de sete pontos na CNH.
Enquanto o crime estabelece suas próprias leis e a população se adapta à nova realidade, o poder público se mantém omisso, permitindo que facções continuem a ditar regras em territórios onde o Estado já não se faz presente

Comments