Orçamento do RJ 2025: Segurança recebe quase o dobro da Educação e gera críticas
- Marcus Modesto
- 22 de jan.
- 2 min de leitura
Estado:
O governo do Rio de Janeiro aprovou a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2025, destinando R$ 19,4 bilhões para a Segurança Pública – quase o dobro dos R$ 10,5 bilhões reservados para a Educação. A Saúde, por sua vez, contará com R$ 12,2 bilhões. A decisão do governador Cláudio Castro gerou fortes críticas de especialistas e profissionais da educação, que veem a distribuição dos recursos como um reflexo de prioridades equivocadas.
Prioridade para repressão, não para prevenção
A discrepância nos investimentos reforça um padrão já observado em anos anteriores: um governo que aposta na repressão policial como principal estratégia de segurança pública, enquanto negligencia a base estrutural do desenvolvimento social – a educação. Especialistas apontam que, sem investimentos adequados na formação de crianças e jovens, o ciclo da violência tende a se perpetuar.
“A Educação é a ferramenta mais eficaz para reduzir a criminalidade a longo prazo. Mas, no Rio de Janeiro, o governo insiste em um modelo que prioriza o enfrentamento armado, em vez de investir na prevenção”, afirma Cláudia Medeiros, socióloga e especialista em segurança pública.
O impacto do desinvestimento na Educação
Professores e sindicatos criticam a falta de investimentos no setor, destacando problemas como infraestrutura precária, falta de valorização profissional e ausência de políticas públicas eficazes para a melhoria da qualidade do ensino.
“Os professores do estado enfrentam salários baixos, escolas sucateadas e falta de materiais básicos. Como esperar uma educação de qualidade sem investimentos?”, questiona Carlos Oliveira, representante do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE).
Além disso, a decisão de destinar quase o dobro dos recursos à Segurança levanta questionamentos sobre a eficácia dessa estratégia. Segundo um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o aumento do policiamento ostensivo e da letalidade policial não tem reduzido os índices de criminalidade no estado.
Um modelo de segurança contestado
O orçamento aprovado reforça a política do governo Cláudio Castro, marcada por operações policiais letais em favelas e periferias, sem ações concretas para enfrentar as raízes da violência. Nos últimos anos, o Rio de Janeiro registrou aumento no número de mortes em operações policiais, enquanto problemas como desemprego, evasão escolar e falta de oportunidades seguem sem respostas efetivas do governo.
“O governador insiste em um modelo de segurança pública que já se mostrou falho. Sem investimentos em Educação e políticas sociais, continuaremos a enxugar gelo no combate à criminalidade”, alerta a pesquisadora Juliana Nogueira, especialista em políticas públicas.
Diante desse cenário, a população fluminense se vê diante de uma pergunta incômoda: o governo realmente quer resolver o problema da segurança pública ou apenas mantém um sistema que perpetua a desigualdade e o medo?

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