Paraty amarga posição entre as piores cidades do RJ em qualidade de vida, segundo IPS Brasil 2025
- Marcus Modesto
- 5 de jun.
- 2 min de leitura
Paraty, um dos destinos turísticos mais cobiçados do Brasil, aparece entre as dez piores cidades do Estado do Rio de Janeiro no Índice de Progresso Social (IPS) 2025, que mede a qualidade de vida da população sem levar em conta fatores econômicos. O município ocupa a 87ª posição no ranking estadual, que avalia os 92 municípios fluminenses.
O levantamento chama a atenção por ir além dos indicadores financeiros e analisar diretamente as condições de vida das pessoas, considerando áreas como saúde, educação, saneamento, segurança e meio ambiente. O IPS Brasil utiliza 57 indicadores públicos para construir um retrato da realidade social e ambiental dos municípios brasileiros.
Apesar da fama internacional, das belas praias e do turismo que movimenta a economia local, Paraty enfrenta graves desafios estruturais. O desempenho ruim no IPS indica problemas em áreas como acesso ao saneamento básico, segurança, moradia e inclusão social, além de limitações no acesso à saúde e à educação de qualidade.
Desafio além das fachadas históricas
A pesquisa revela que boa parte da população de Paraty sofre com deficiências que contrastam com a imagem vendida aos visitantes. O município pontuou mal especialmente nas dimensões de Necessidades Humanas Básicas e Oportunidades, que incluem desde acesso a serviços básicos até a capacidade dos cidadãos de melhorarem suas vidas.
Paraty ficou atrás de cidades com reconhecidos problemas urbanos e sociais, como Itaboraí (88º) e Mangaratiba (86º), além de estar próxima de municípios como Sumidouro (89º) e Carapebus (90º), que historicamente enfrentam sérias dificuldades socioeconômicas.
Ranking das 10 piores do Rio de Janeiro:
1. São Francisco do Itabapoana (92º)
2. Japeri (91º)
3. Carapebus (90º)
4. Sumidouro (89º)
5. Itaboraí (88º)
6. Paraty (87º)
7. Mangaratiba (86º)
8. Tanguá (85º)
9. Duque de Caxias (84º)
10. Magé (83º)
O que é o IPS?
O Índice de Progresso Social avalia três grandes dimensões da qualidade de vida:
• Necessidades Humanas Básicas (saúde, segurança, moradia e saneamento);
• Fundamentos do Bem-estar (educação básica, acesso à informação, meio ambiente e bem-estar);
• Oportunidades (direitos, liberdades individuais, inclusão social e acesso à educação superior).
A metodologia busca medir os resultados que impactam diretamente a vida das pessoas, independentemente dos índices econômicos tradicionais, como PIB ou renda.
Sinal de alerta
O resultado acende um alerta para a gestão pública de Paraty. A cidade, que tem na sua riqueza natural e histórica seu principal motor econômico, não tem conseguido transformar essa vocação turística em bem-estar social para sua população.
Fica claro que a paisagem exuberante e os eventos culturais não têm sido suficientes para resolver questões básicas que impactam milhares de moradores.
O desafio, agora, é transformar os números do turismo em melhorias reais no dia a dia da população — algo que, segundo o IPS Brasil 2025, ainda está longe de acontecer.
Foto Marcus Modesto

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