“Pastor mirim” desafia decisão do Conselho Tutelar e promete retorno “assustador” nas redes sociais
- Marcus Modesto
- 1 de mai.
- 2 min de leitura
O adolescente Miguel Oliveira, de 15 anos, conhecido como o “pastor mirim”, voltou a causar polêmica ao desafiar publicamente uma medida do Conselho Tutelar que o proibiu de pregar, viajar e usar redes sociais. Em seu perfil no Instagram, Miguel publicou na quarta-feira (30) uma mensagem enigmática: “O retorno será assustador”, apesar da decisão que suspende suas atividades religiosas e midiáticas por tempo indeterminado.
A suspensão foi confirmada pelo pastor Márcio Silva, líder da Igreja Assembleia de Deus Avivamento Profético, onde Miguel costuma pregar. Segundo ele, a decisão foi acatada “para preservar o menor diante da intensa exposição”. “Houve uma decisão radical do Conselho Tutelar. Estamos tristes, mas optamos por afastá-lo para evitar mais desgastes. Ele aceitou de boa”, afirmou.
A medida ocorre em meio a uma série de controvérsias envolvendo o adolescente. Recentemente, Miguel foi criticado por gestos considerados excessivos nos cultos, como quando rasgou laudos médicos que dizia serem de uma mulher curada do câncer por sua oração. Além disso, ele é acusado de cobrar valores entre R$ 3 mil e R$ 30 mil para participar de eventos religiosos e de induzir comportamentos considerados arriscados, como quando teria incentivado uma fiel a abandonar muletas em plena cerimônia.
Apesar de ser tratado como pastor por seus seguidores, Miguel se autodeclara “profeta”. Seus cultos, marcados por uso de “línguas espirituais” e teatralidade, dividem opiniões, inclusive dentro de setores evangélicos. As críticas aumentaram após declarações com viés político. Em entrevista recente a um podcast, o jovem atacou a esquerda, dizendo que ela “deturpa a família”, o que acentuou ainda mais o debate em torno de sua atuação pública.
Como parte das medidas de proteção, Miguel também retornará às aulas presenciais, após um período estudando remotamente. A decisão do Conselho Tutelar visa garantir o direito à educação e proteger o adolescente da superexposição.
Ainda não há prazo para a revogação das restrições. A nova publicação nas redes sociais, no entanto, levanta dúvidas sobre o cumprimento da determinação e a conduta da igreja que o acolhe. As autoridades acompanham o caso de perto.

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