top of page
Buscar

Pepe Mujica enfrenta fase terminal de câncer e recebe cuidados paliativos: “O guerreiro tem direito ao seu descanso”

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 12 de mai.
  • 2 min de leitura

O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica, de 89 anos, encontra-se na fase terminal de um câncer de esôfago e está sob cuidados paliativos, conforme confirmou sua esposa, a ex-vice-presidente Lucía Topolanski, em entrevista à rádio uruguaia Sarandí. A prioridade agora, segundo ela, é preservar a qualidade de vida de Mujica, oferecendo alívio para as dores e conforto neste momento delicado. “Estamos fazendo todo o necessário para garantir que ele viva a parte final de sua vida da melhor maneira possível”, declarou.


A doença havia sido revelada publicamente em janeiro, quando o próprio Mujica anunciou que o câncer já havia se espalhado e que não se submeteria a tratamentos agressivos. Em entrevista ao jornal Búsqueda, foi direto ao dizer: “O que peço é que me deixem em paz. Que não me peçam mais entrevistas nem nada. Meu ciclo já terminou. Sinceramente, estou morrendo. E o guerreiro tem direito ao seu descanso”.


A ausência do ex-presidente nas eleições regionais do último domingo, nas quais a esquerda manteve o controle de Montevidéu, reforçou as preocupações sobre seu estado de saúde. Segundo Topolanski, ele não teve condições físicas de comparecer às urnas, atendendo à recomendação médica.


O atual presidente do Uruguai, Yamandú Orsi — considerado sucessor político de Mujica — também se pronunciou sobre a situação. Em tom respeitoso, pediu à população e à imprensa serenidade neste momento: “Devemos todos contribuir para garantir que a dignidade seja a chave em todas as fases de nossas vidas. Não devemos deixá-lo louco, devemos deixá-lo em paz”.


Pepe Mujica governou o Uruguai entre 2010 e 2015 e tornou-se um símbolo mundial da esquerda progressista. Com seu estilo de vida austero e discurso contra o consumismo, recusava privilégios e vivia em uma chácara nos arredores de Montevidéu. Doava grande parte de seu salário enquanto presidente e era visto como um político coerente, próximo do povo — o que lhe rendeu o apelido, que sempre rejeitou, de “o presidente mais pobre do mundo”.


Sua trajetória inclui militância na guerrilha dos Tupamaros, longos anos como preso político durante a ditadura militar, e décadas de atuação institucional como senador, ministro e presidente. Seu legado ultrapassa fronteiras e continua influenciando movimentos sociais e lideranças políticas em toda a América Latina.


Nos últimos meses, Mujica afastou-se completamente da vida pública. Ainda assim, permanece como uma das figuras mais marcantes da história contemporânea do Uruguai, admirado pela firmeza de princípios, pela humildade e pelo exemplo de vida.



 
 
 

Comments


bottom of page