Pesquisa aponta aumento na desaprovação ao governo Lula e piora na percepção da economia
- Marcus Modesto
- 2 de abr.
- 3 min de leitura
A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu 7 pontos percentuais desde janeiro, atingindo 56%, segundo a segunda rodada da pesquisa Genial/Quaest sobre a avaliação do governo em 2025. A aprovação, por outro lado, recuou para 41%, evidenciando um desgaste crescente da gestão petista.
A única região onde a aprovação ainda supera a desaprovação é o Nordeste, onde 52% aprovam o governo, contra 46% que o desaprovam. No entanto, mesmo nesse reduto historicamente favorável a Lula, houve uma queda de 7 pontos na aprovação e um aumento de 9 pontos na desaprovação desde o último levantamento.
Mulheres e jovens ampliam rejeição a Lula
A pesquisa revela que pela primeira vez a desaprovação ao presidente é maior que a aprovação entre as mulheres. O índice de reprovação feminina subiu de 47% para 53%, enquanto a aprovação caiu de 49% para 43%.
Entre os jovens, a rejeição ao governo é ainda mais acentuada: 64% desaprovam a gestão Lula, contra 52% em janeiro. O único grupo etário onde a aprovação segue maior que a desaprovação é o de 60 anos ou mais (50% a 46%).
Em termos de renda, os brasileiros que ganham até dois salários mínimos ainda mantêm maior apoio ao governo (52% aprovam, contra 45% que desaprovam). O mesmo ocorre entre aqueles com escolaridade até o Ensino Fundamental incompleto.
Governo Lula é visto como pior que o de Bolsonaro
A percepção sobre o governo atual também piorou na comparação com gestões passadas. Segundo o levantamento:
• 53% dos brasileiros consideram que este governo está pior que os dois primeiros mandatos de Lula (em janeiro, eram 45%);
• 20% acham que está melhor (queda em relação aos 32% de janeiro);
• 43% avaliam que a gestão atual é pior que a de Jair Bolsonaro, contra 39% que a consideram melhor.
Além disso, 81% dos entrevistados acreditam que Lula precisa mudar sua forma de governar nos próximos dois anos.
Cenário econômico pressiona governo
A piora na percepção do governo está diretamente ligada à visão negativa sobre a economia. De acordo com a pesquisa:
• 56% acreditam que o país está na direção errada (em janeiro, eram 50%);
• Apenas 36% dizem que o Brasil segue na direção certa (eram 39%);
• 56% sentem que a economia piorou no último ano (aumento expressivo em relação aos 39% de janeiro).
O pessimismo se reflete na percepção sobre fatores como emprego e inflação:
• 53% afirmam que está mais difícil conseguir trabalho;
• 88% dizem que os alimentos estão mais caros;
• 70% percebem alta nos combustíveis;
• 65% sentem aumento nas contas de água e luz.
Medidas do governo dividem opiniões
Duas iniciativas econômicas do governo foram avaliadas na pesquisa:
1. Isenção do imposto de importação sobre 11 alimentos da cesta básica:
• 48% acreditam que ajudará a reduzir os preços;
• 45% dizem que a medida não terá efeito significativo.
2. Ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil:
• 51% acreditam que trará apenas uma “melhora pequena” nas finanças;
• 33% enxergam uma “melhora importante”.
Governo enfrenta cenário de notícias negativas
A percepção da opinião pública sobre o governo também é influenciada pela cobertura da mídia. Segundo a pesquisa:
• 47% dizem que têm visto mais notícias negativas sobre o governo Lula (em janeiro, eram 43%);
• 23% afirmam que têm visto mais notícias positivas;
• 50% dos entrevistados dizem que as aparições públicas de Lula pioram sua percepção sobre o presidente.
A troca no Ministério das Comunicações, com a saída de Paulo Pimenta e a entrada de Sidônio Palmeira, também não teve grande impacto na avaliação popular. 44% dos entrevistados acreditam que a mudança não alterou a comunicação do governo.
A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 27 e 31 de março, ouvindo 2.004 brasileiros de 16 anos ou mais em entrevistas presenciais. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.

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